Apesar de os articuladores do Palácio Paiaguás estarem atuando no sentido de manter o DEM como aliado do governo Blairo Maggi, os líderes democratas já ensaiam a saída do partido da base governista. Nos bastidores, muitas lideranças democratas ouvidas pelo Olhar Direto avaliam que o "cenário é mais do que ideal para um rompimento", porque o PR e o PMDB insistem em colocar o DEM "em segundo plano" quando o assunto é a sucessão de Maggi.

Cacique maior do DEM, o senador Jaime Campos é o principal nome dos democratas para a disputa do cargo de governador nas eleçiões gerais do próximo ano. Nos bastidores, Campos já fala como candidato, mas publicamente tergiversa quando acossado por setores da mídia. Independente do comportamento do senador, os democratas querem Jaime como candidato à sucessão de Blairo Maggi e ponto final.

E o palanque eleitoral da "oposição" está sendo preparado para ser montado no próximo dia 6 de junho, em Cáceres, no encontro conjunto já confirmado entre o PSDB, DEM, PTB e talvez o PPS. Os quatro partidos decidiram fazer uma reunião unificada porque sabem ou pelo menos preveem que estarão no mesmo palanque em 2010, em âmbito nacional.

PSDB e DEM são os partidos de oposição a Lula e em Mato Grosso também devem adotar uma postura mais crítica aos aliados dos petistas, incluindo o governador Blairo Maggi, que foi um dos principais apoiadores do presidente no segundo turno das eleições de 2006. 

NO DEM de Mato Grosso, a palavra de ordem é entregar os cargos que o partido tem na administração estadual e adotar uma postura crítica em relação governo estadual para que o ensaio do rompimento tenha como ato final o lançamento de uma candidatura própria ou uma composição com o PSDB do prefeito Wilson Santos, outro potencial candidato ao cargo máximo do Paiaguás.