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SUVs estrangeiros inundarão o mercado chinês a partir deste ano

Auto Esporte

A promessa do Salão de Pequim é clara: nos próximos anos, a China será bombardeada com utilitários esportivos (ou SUVs) de marcas estrangeiras. Durante a abertura para a imprensa, na segunda-feira (23), a Ford abria as portas do seu novo EcoSport com a proposta de quadruplicar em um ano suas opções no segmento para o gigante asiático.

O presidente da Ford para a Ásia, Joe Hinrichs, disse durante a apresentação da montadora que as avaliações do mercado chinês apontam que um grande número de famílias chinesas quer comprar um SUV como segundo veículo. Hinrichs resumiu a visão dos potenciais clientes: "As pessoas aqui na China gostam de se sentir alto para ver de cima o congestionamento de tráfego que você encontra em muitas cidades do país".

E, na linha do “olhar por alto”, a poucos metros da Ford, a Maserati exibiu o Kubang, seu primeiro modelo no segmento (já apresentado no Salão de Frankfurt do ano passado), enquanto a Porsche tentava atrair os flashes para a sua nova Cayenne GTS. Já a Lamborghini marcou seu retorno ao campo dos SUVs após duas décadas com o Urus.

Até mesmo a ex-Posh Spice, Victoria Beckham, desembarcou em Pequim para promover a sua edição especial do Range Rover Evoque, obra da Land Rover.

A exposição, que abre oficialmente a partir desta quarta-feira, é palco para a estreia mundial de 120 modelos (84 de montadoras locais e 36 de estrangeiras). A decisão não é aleatória: a China é o maior mercado para os fabricantes de automóveis. De acordo com dados anunciados pela Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis (Caam, na sigla em inglês), em 2011 foram vendidos 18,5 milhões de carros novos no país, dos quais 1,6 milhões eram SUVs.

Ainda segundo a entidade, o segmento de SUVs foi o que registrou maior aumento nas vendas de março, totalizando 176,2 mil unidades no mês, crescimento de 32,4% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Chinês quer luxo
Enquanto os Estados Unidos continuam a liderar as vendas no segmento (4,1 milhões em 2011), onde um de cada três carros vendido é um SUV, a China aparece como o mercado mais promissor. A consultora IHS Automotive estima aumento de 49% até 2015.

E a tendência, como demonstra o modelos expostos no salão, é pelo luxo. “Não é qualquer SUV, e sim o topo do segmento”, como observou Maurizio Reggiani, chefe de Investigação e Desenvolvimento da Lamborghini.

Reflexo dessa avaliação, o mercado chinês espera a entrada em comercialização de 30 novos modelos de SUV somente neste ano, muitos deles de alto luxo.

No Salão de Pequim, dos que ultrapassaram a barreira do US$ 100 mil (R$ 188 mil), destaque para o Urus, da Lamborghini, com a expectativa de entrar no mercado de 2015 a um preço estimado de US$ 635 mil (R$1,2 milhão), e meta de vendas de 3 mil a 4 mil unidades por ano em todo o mundo.

Já a Volkswagen alemã apresentou Bentley, também para 2015, com uma meta de vendas de 3 mil unidades por ano no mundo. O preço estimado é de cerca de US$ 210 mil (R$ 394,7 mil).

O Kubang, da Maserati, com produção prevista para 2013 e projeção de 20 mil unidades por ano, US$ 73 mil ($R 136,7 mil) . A Land Rover e sua Evoque Range Rover, com edição limitada, será vendida a partir de outubro a um preço estimado de US$128,8 mil ($R 242 mil).

Outro lançamentos
A marca alemã Mercedes-Benz estreou três novos modelos da família Classe G, também na premissa de que na China 2012 será "o ano dos SUVs”. A Jeep lançou o seu conceito Dragon, e a Ford aposta com três novos modelos: Explorer, EcoSport e Kuga, os dois últimos programados para ser produzidos na China.

As políticas governamentais para controlar as vendas de automóveis, fatores ambientais, o tráfego cada vez mais caótico e a clara maioria de grupos familiares pequenos são fatores que não parecem diminuir o ânimo dos fabricantes estrangeiros, que continuam a dominar o mercado local (no mês passado, as montadoras chinesas registraram 42,9% das vendas).
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