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Após anúncio de ministro, vice do PDT critica 'falta de diálogo' de Dilma

G1

A indicação do deputado federal Brizola Neto (PDT-RJ) como o novo ministro do Trabalho, feita nesta segunda-feira (30) pela presidente Dilma Rousseff, não acalmou parte do PDT. Após o anúncio oficial do Planalto, o vice-presidente nacional do partido, deputado André Figueiredo (CE), criticou a "falta de diálogo" com a presidente.

"O partido não tem indicação nenhuma neste processo. É uma indicação da presidente. Ela [Dilma] nunca chamou o partido para conversar. Esta relação [com a presidente] vem arranhada desde dezembro. [...] Ainda não houve diálogo. O que houve foi uma comunicação do novo ministro. A falta de diálogo é algo que nos desagrada", afirmou André Figueiredo.

O nome de Brizola Neto, que era o preferido da presidente Dilma Rousseff para o cargo, foi definido após reunião de Dilma com o presidente do PDT, Carlos Lupi (PDT-RJ), que comandou a pasta por mais de quatro anos e deixou o cargo em dezembro do ano passado, após uma série de denúncias de corrupção na pasta. Desde então, o secretário-executivo da pasta Paulo Roberto Pinto estava interinamente no comando do ministério.

A nomeação do novo ministro era cobrada pelo PDT e pelas centrais sindicais e saiu na véspera do Dia do Trabalho, 1º de maio.

Figueiredo criticou o fato de que, nos cinco meses em que a pasta esteve sob o comando do interino, Dilma não chamou o PDT para conversar sobre possíveis substitutos.

"A indicação do Brizola Neto é uma indicação pessoal da presidente. Se a presidente, em cinco meses, não conversou com a bancada e com o partido, é sinal de que é uma decisão da presidente", disse o vice-presidente.

Em março, em meio à crise do governo com a base aliada, Figueiredo chegou a criticar, em discurso no plenário da Câmara, a demora da presidente Dilma em indicar um nome apoiado pelo partido para o Ministério do Trabalho.

Em dezembro do ano passado, Lupi encerrou no Trabalho uma trajetória que teve início em março de 2007, no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por indicação do PDT, permaneceu no cargo no começo do governo Dilma Rousseff, em 2011. Ao deixar o cargo, Lupi diz que sofreu "perseguição política e pessoal da mídia".

As denúncias contra o ministro Lupi começaram no começo de novembro do ano passado, quando surgiu a informação de que haveria um esquema de cobrança de propina de ONGs contratadas para capacitar trabalhadores.
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