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Notícias / Educação

Pais já devem falar com crianças sobre finanças aos 5 anos

Terra

Criar os filhos nesse mundo de consumo desenfreado é um desafio. São roupas com marcas do momento, tecnologia de ponta com celulares e todo o custo que uma vida de adolescente exige para que a vida social fique intacta. É preciso introduzir a educação financeira o mais cedo possível na vida da criança. Quanto antes ela entender a importância do dinheiro, maiores são as chances de ela ter uma vida financeira saudável quando for adulto.

Mas como falar de dinheiro com uma criança? Parece que as duas coisas não se encaixam. Segundo o professor de educação financeira da BM&FBOVESPA, José Alberto Netto Filho, é possível dar os primeiros passos nessa direção quando a criança tem cinco anos. Nesse momento, o mais indicado é trabalhar a semanada, dar R$ 1 por ano de idade - se a criança tem sete anos, ganhará R$ 7 por semana. "Procure falar sempre que o dinheiro não vem do papai, o dinheiro vem do trabalho", ressalta.

Mas é preciso tomar cuidado e deixar a criança escolher o que quer comprar. É bom lembrar que ela ainda não tem noção espacial e temporal. "Os pais não podem falar para uma criança de cinco anos guardar o dinheiro no cofrinho para economizar e comprar um carro no futuro, o objetivo está longe e ela vai ficar frustrada, o seu tempo é imediato e o dinheiro serve para balas e figurinhas", afirma o professor.

Para os mais crescidinhos
A partir dos 11 anos o cenário pode mudar. A semanada vira mesada e o valor aumenta para R$ 8 para cada ano de idade. É importante explicar porque é importante ele ter mesada e o valor do dinheiro. Nesta fase, a criança começa a virar adolescente, inicia o processo de ruptura com os pais e de fortalecimento dos relacionamentos com os amigos. Com isso, começam os passeios no shopping, as compras e os gastos aumentam.

A partir daí, os pais começam a ver como o filho lida com o dinheiro. Se ele gastar toda a mesada antes do mês acabar e pedir mais dinheiro, é a hora de o diálogo entrar em cena de forma mais contundente - saber com que ele gastou, quanto ele pagou, se ele precisava daquilo. Essas conversas constantes sobre dinheiro farão com que a criança seja um adulto com uma vida financeira saudável e equilibrada. "Os filhos precisam ter uma boa relação com o dinheiro, saber que não precisa economizar sempre, o dinheiro está aqui para nos dar prazer também, basta fazer isso com consciência".

Dinheiro não é prêmio
Outro ponto de atenção que o professor alerta é evitar o hábito de usar o dinheiro como prêmio. Aumentar a mesada se for bem na escola ou se se comportar melhor em casa, por exemplo. "Essa prática gera uma distorção de valores, a criança passa a fazer as coisas quando um prêmio estiver em jogo".

Para quem quer ir mais a fundo no assunto
BM&FBOVESPA tem iniciativas voltadas para o público infantil. O Turma da Bolsa, por exemplo, tem vídeos educativos que estimulam o aprendizado dos conceitos básicos de educação financeira para crianças de 7 a 10 anos - disponíveis no site www.turmadabolsa.com.br.

Outra opção são os cursos de finanças pessoais, da série Educar. O Educar Junior (11 a 14 anos) e o Educar Teen (15 a 18 anos).

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