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Gurgel deve recusar convite para falar na CPI

Reuters

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, deve recusar o convite para depor na CPI que investigará os vínculos de agentes públicos com Carlinhos Cachoeira, apesar dos apelos do presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), e do relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), disse à Reuters uma fonte do Ministério Público nesta quarta-feira.

Gurgel deve argumentar aos parlamentares nesta quarta-feira que não pode integrar o rol de testemunhas da CPI, porque será o responsável por oferecer uma possível denúncia criminal no caso no futuro.

Antes de se reunir com o procurador-geral, o presidente da CPI mista disse que também pretende convidar os delegados da Polícia Federal para prestar esclarecimentos à comissão sobre as operações Vegas e Monte Carlo, que resultaram na investigação aberta pelo Ministério Público e que atinge parlamentares da Câmara e do Senado.

"Nós queremos que o procurador preste esclarecimentos. Que explique as razões dos seus procedimentos", afirmou Vital do Rêgo à jornalistas.

A CPI recebeu nesta quarta oficialmente os inquéritos das operações da Polícia Federal que correm sob sigilo de Justiça. Cachoeira, preso desde fevereiro acusado de comandar uma rede de jogos ilegais, é o personagem central da investigação parlamentar.

O presidente da CPI mostrou preocupação com os vazamentos de informações, tanto que elaborou uma cartilha para que os demais membros da comissão tenham acesso aos documentos.

"O Prodasen e a equipe de tecnologia (do Congresso) estão estudando maneiras para não sermos surpreendidos (com vazamentos)", disse o senador.

Segundo Vital do Rêgo, o ministro Ricardo Levandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), também autorizou a CPI a compartilhar parte dos documentos com a corregedoria da Câmara dos Deputados e com o Conselho de Ética do Senado para que os órgãos possam analisar as citações feitas a parlamentares envolvidos com Cachoeira.

Nesta quarta, o relator das investigações deve apresentar seu plano de trabalho aos demais membros da comissão e detalhar quem serão os primeiros convocados pelos parlamentares.
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