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Notícias / Carros & Motos

Primeiras impressões: Volvo C30 Electric

G1

A 10 ª edição do Challenge Bibendum – fórum internacional itinerante que discute a mobilidade do futuro por meio de tecnologias alternativas –, realizada em 2010 no Rio de Janeiro, plantou nos visitantes a esperança de que os carros elétricos seriam uma realidade próxima. Um espaço no evento, inclusive, era destinado a experimentações: os visitantes saíam dos inúmeros projetos de carros elétricos acreditando que, em breve, teriam aqueles exemplares na garagem.

No entanto, assim como os automóveis expostos há dois anos no evento carioca, o Volvo C30 Electric veio ao Brasil só a passeio. A versão sem motor a combustão do hatch percorre o mundo de carona com a Volvo Ocean Race – regata promovida pela empresa e considerada a mais prestigiada do mundo, uma espécie de Fórmula 1 dos barcos –, que no último dia 22 deu largada para a etapa de Itajaí, em Santa Catarina, de onde os barcos seguiram para Miami, nos EUA. Apesar de sua autonomia de 150 km, o C30 Eletric foi avaliado pelo G1 por cerca de apenas 2 km.

Antes mesmo de acionar o motor elétrico, já fica claro que aquele não é um C30 qualquer: no console central, um dos pontos mais charmosos do carro, a convencional alavanca do câmbio dá lugar a um diminuto e futurista manche, azul, onde o motorista aciona a ré (R), os modos Drive (D) e Highway (H), além do ponto-morto (N) – que substitui a posição Parking (P) na hora de estacionar o carro. Logo atrás está o botão do freio de estacionamento, elétrico.

Carro ligado, a primeira boa surpresa vem do painel. O conta-giros dá lugar a um indicador de uso da bateria: ponteiro apontando para o lado direito significa que a energia acumulada está sendo usada, e a inclinação do ponteiro indica em qual intensidade ela está sendo consumida. Se o ponteiro cai para a esquerda, o condutor sabe que a bateria está sendo recarregada. Abaixo, um econômetro avisa, obviamente, o quão econômica está sendo a condução, de modo geral. Simples e prático. O velocímetro é quase igual ao do C30 convencional, com escala de velocidade até os 160 km/h (ante 260 km/h do C30 a gasolina) e uma faixa vermelha que começa aos 130 km/h, sugerindo que invadi-la pode não ser uma boa ideia para um elétrico. No mesmo mostrador está o indicador de nível da bateria.

Drive x Highway
À menor investida no acelerador, os 22 kgfm de torque catapultam o carro pra frente. Isso não é surpresa num carro elétrico, onde 100% do torque está sempre disponível. Mas é uma experiência peculiar e agradável. A velocidade aumenta e um zunido, similar ao de uma turbina de avião, vai crescendo e tornando a condução mais instigante. Quem desconfia de que carros elétricos não são prazerosos ao volante, pode se acalmar: diversão e emissão zero de poluentes podem caminhar juntas.

O mais interessante é a opção de escolher entre os modos Drive e Highway. O primeiro é caracterizado pela atuação intensa de uma espécie de freio-motor – basta tirar o pé do acelerador e o C30 diminui a velocidade drasticamente. O recurso, que elimina a chance de andar com o carro embalado serve para recarregar a bateria. Já o modo Highway, como o nome sugere, é ideal para estradas. A bateria também será carregada nas desacelerações, mas de maneira mais branda. Nos dois tipos de condução o motor de 82 kW de potência (cerca de 111 cavalos) garante bom desempenho ao veículo. Segundo a marca, o C30 vai de 0 a 70 km/h em 6 segundos.

Mesmo sem o apelo futurista de Chevrolet Volt e Nissan Leaf, outros dois elétricos que vieram ao Brasil a passeio, o Volvo C30 Electric é um carro interessante – e mostra que a conversão de um carro originalmente a combustão em elétrico pode ser bem-sucedida.

Na Europa, o C30 Electric também não pode ser comprado: as únicas 250 unidades fabricadas do modelo são oferecidas a clientes específicos por meio de leasing, ao custo de 1,2 mil euros por mês.
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