Em entrevista ao programa "De frente com Gabi", que será exibido nesta sexta-feira, 6, Zeca Pagodinho contou que já foi feirante, office-boy e anotador de jogo de bicho antes de fazer sucesso com a música. “Me arrependo de não ter estudado”, lamentou garantindo que os filhos podem fazer tudo "menos deixar de estudar".

Na conversa, o sambista contou que ainda se surpreende com o sucesso. “Eu fico doido. Ainda é um espanto. Deixa a vida me levar foi a 'pancada' da minha carreira”, lembrou.

Morando na Barra da Tijuca, bairro nobre da Zona Oeste do Rio, Zeca ainda alimenta o sonho de voltar a morar em Xerém, região mais pobre na região metropolitana da cidade. “A minha vontade é voltar para Xérem. Mas eu gosto da Barra, meus filhos precisam estudar e em Xérem não tem faculdade”, justificou.

De origem humilde, o sambista contou que gosta de frequentar comunidades: “Tem os bares certos que eu bebo. Meus amigos sabem que precisam trocar meu copo toda hora, disse.

Na conversa, Zeca lembrou também que veio de uma família "musical", que o inspirou. “Sempre fui ligado à música, minha família toda é musical. Quem cantava em casa eram meus irmãos, eu fica observando. Gostava mais da criação", lembrou o cantor que tem cinco irmãos.

Sem religião definida - Zeca diz que é "de todas as religões que falam de Deus" -, o sambista lembrou foi criado perto de um terreiro: "Médico de pobre é pai de santo". Cuidadoso, ele confessou algumas manias antes dos shows: "Um dia antes, não saio, não bebo muito e não brigo com ninguém.”

Apesar de dizer que escuta de tudo - "menos músicas estrangeiras", que ela faz questão de ressaltar -, Zeca lamentou os rumos que o samba tomou ultimamente. "O samba ficou muito diferente do que era. Antigamente a gente curtia a melodia. Hoje, todo mundo quer ser sambista”, disse garantindo que o ritmo está no seu DNA: “Vou morrer sambista e reencarnar sambista.”