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OMS adia alerta de pandemia e mantém gripe suína no grau 5

Folha Online

Os especialistas da OMS (Organização Mundial de Saúde) decidiram nesta segunda-feira, em reunião, que o grau de alerta para gripe suína --cujo nome oficial é gripe A (H1N1)--, continua em 5, em uma escala que vai de 1 a 6. Conforme a OMS, não há como prever quanto tempo irá durar a atual fase da doença, mas ela ainda não caracteriza o grau 6, que indica pandemia (epidemia de vasto alcance).

O anúncio é dado depois de Reino Unido, Japão, China e outros países terem pedido à OMS que mude os critérios utilizados para declarar uma pandemia. Os países defendem que esse alerta seja dado não conforme a velocidade com que o vírus se espalha e sim pela letalidade que ele apresenta. Os governos querem evitar os gastos econômicos, políticos e sociais do pânico que pode ser gerado em torno do alerta.

De acordo com a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, a principal preocupação, agora, é o risco de que o vírus da gripe suína se junte a outros vírus e fique mais perigoso. "Estamos em um momento de grande incerteza", disse.

O nível de alerta está no grau 5 há 18 dias, o que significa que foi demonstrado que existe contágio consistente somente em uma região --neste caso, a América do Norte.

Segundo a OMS, os três países daquela região continuam sendo os primeiros, em número de casos. Nos Estados Unidos há 4.714 casos e quatro mortes confirmados; no México há 3.103 casos e 68 mortes confirmados; e no Canadá há 496 casos e uma morte confirmados. Logo, no total, a América do Norte concentra mais de 94% do total de casos confirmados no mundo, que é de 8.829, em 40 países.

Em entrevista à imprensa, a diretora-geral da OMS pediu que a comunidade internacional aja para "proteger os países em desenvolvimento" e evitar que eles sejam muito prejudicados por um contágio mundial, particularmente em épocas nas quais "o volume e frequência de viagens aumenta a exposição".

"Qualquer cidade e aeroporto internacional corre o risco de ter casos importados. Precisamos de uma solidariedade mundial. Todos estamos juntos nisso e sairemos juntos."

Sintomas

A gripe suína é uma doença respiratória transmitida de pessoa para pessoa e tem sintomas semelhantes aos da gripe comum, com febre superior a 38ºC, tosse, dor de cabeça intensa, dores musculares e articulações, irritação dos olhos e fluxo nasal.

Para diagnosticar a infecção, uma amostra respiratória precisa ser coletada nos quatro ou cinco primeiros dias da doença, quando a pessoa infectada espalha vírus, e examinadas em laboratório. Os antigripais Tamiflu e Relenza, já utilizados contra a gripe aviária, são eficazes contra o vírus H1N1, segundo testes laboratoriais, e parecem ter dado resultado prático, de acordo com o CDC (Centros de Controle de Doenças dos Estados Unidos).
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