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Defesa levará 13 testemunhas em júri de cinco réus do caso Celso Daniel

G1

Ao menos 13 testemunhas de defesa foram arroladas pelos advogados que defendem os cinco réus que serão julgados pela morte do então prefeito de Santo André, Celso Daniel, em janeiro de 2002, segundo informações da assessoria do Tribunal de Justiça de São Paulo. Para o Ministério Público, o político foi morto porque tentou acabar com um esquema de corrupção na Prefeitura de Santo André.

Itamar Messias Silva dos Santos, José Edson da Silva, Elcyd Oliveira Brito, Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira e Ivan Rodrigues da Silva, que seria o mandante do crime, começam a ser julgados no fórum de Itapecerica da Serra, região metropolitana de São Paulo, a partir das 9h30 de quinta-feira (10).

O promotor Márcio Augusto Friggi de Carvalho antecipará nesta quarta-feira (9) todas as informações relacionadas a este júri. O número de testemunhas de acusação relacionadas para depor no julgamento não foi divulgado.

No dia 18 de novembro de 2010, a Justiça condenou à revelia o primeiro dos sete acusados de envolvimento no assassinato de Celso Daniel. Na ocasião, Marcos Roberto Bispo dos Santos, que continua foragido, foi condenado a 18 anos de prisão por participação na morte de Celso Daniel.

O promotor Francisco Cembranelli, que se notabilizou por sua atuação no caso Isabella, que resultou na condenação do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, foi o responsável pela sustentação oral aos jurados no julgamento de Marcos Roberto.

Cembranelli defendeu que Celso Daniel havia descoberto que parte da propina dada por empresários à administração da prefeitura e repassada à diretoria do Partido dos Trabalhadores (PT) para financiar caixa 2 de campanha eleitoral também estava sendo desviada para contas particulares dos envolvidos no esquema.

Adriano Marreiro, advogado do réu, alegou que não havia provas contra o seu cliente e recorreu da decisão da Justiça. Em depoimentos antes do julgamento, Marcos chegou a confessar o crime à Polícia Civil, mas depois, em juízo, negou essa versão e disse que havia sido torturado para confessar um crime que não cometeu.

Em sua sentença na ocasião, o juiz Antonio Augusto Galvão de França Hristov, o mesmo que conduzirá o júri nesta quinta-feira, citou que o crime causou "dessassego social" devido ao cargo ocupado pela vítima.

Três processos apuraram a morte de Celso Daniel. Em um, estão cinco réus, os que serão julgados a partir de quinta-feira. Em outro, estava apenas Marcos dos Santos. E no terceiro, há mais um: Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, apontado como o mandante da morte, que responde em liberdade devido a um habeas corpus concedido pelo STF.

Os cinco réus, todos presos por outros crimes cometidos, respondem por homicídio duplamente qualificado - motivo torpe e sem chance de defesa da vítima.
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