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Deputado diz que inquérito da Monte Carlo não pode ser acessado pela CPI

G1

O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), integrante da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura o envolvimento de políticos e empresários com o grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira, afirmou na manhã desta quinta-feira (10) que os documentos da Operação Monte Carlo não podem ser acessados pelos membros da CPI.

Segundo Sampaio, os documentos entregues na última segunda-feira (7) por oficiais de Justiça da 11°Vara Federal de Goiânia, onde tramita o inquérito da Operação Monte Carlo, deflagrada pela Polícia Federal e na qual Cahoeira foi preso no fim de fevereiro, estão em formato de imagem, o que inviabiliza a pesquisa por parte dos parlamentares.

“Os documentos da Monte Carlo estão inviabilizados. Foram enviados documentos com imagem, e não texto, o que inviabiliza qualquer tipo de investigação”, disse o deputado.

Segundo Sampaio, será feito um requerimento por parte da CPI solicitando o reenvio do material da operação no formato de texto. Além da Operação Monte Carlo, ao CPI recebeu do Supremo Tribunal Federal cópia da Operação Vegas, que também investiga as ligações do bicheiro com parlamentares.

Busca
O presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), quer facilitar a consulta do material à disposição dos parlamentares. Ele afirmou na manhã desta quinta-feira (10) que irá encaminhar um requerimento ao ministro do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski para ver se é possível a implantação um sistema de busca digital nos arquivos encaminhados pela Justiça à CPI.

"Ele [material] vem com uma série de complexidade e formatos, aí você tem de implantar um sistema de busca. Ao implantar você passa a manipular com aquele arquivo. O que vamos perguntar ao ministro Lewandowski é se ao manipular aquele arquivo eu quebro o sigilo dele Se o ministro me autorizar a gente implanta em todo o sistema", afirmou o presidente da CPI.

Vistoria
Na manhã desta quinta, os delegados das Operações Vegas e Monte Carlo, que investigaram esquema de jogos ilegais supostamente chefiado pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira, vão analisar se os documentos sigilosos obtidos pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito estão completos.

"A forma que eu encontrei, se está ou não material, foi trazendo os dois delegados aqui. Eu os deixei analisando, eles vão dar uma resposta oficial hoje á presidência da CPI", disse Vital do Rêgo.

Após a avaliação, o delegado da Polícia Federal Matheus Mella Rodrigues, responsável pela Operação Monte Carlo, prestará depoimento na comissão.

Nesta terça, os senadores e deputados da CPI ouviram o depoimento de Raul Alexandre Marques Souza, que comandou a Operação Vegas. Segundo Sampaio, em seu depoimento, o delegado afirmou que a Operação Vegas tinha mais de mil horas de gravações. De acordo com o deputado Carlos Sampaio, essas gravações não chegaram à CPI.

“O delegado afirmou que tinha mais de mil horas de gravação. Não temos degravação de texto nem áudio”, disse. Sampaio afirmou que não acredita que tenha havido “má fé” no envio os documentos.

“Eu não acredito que tenha havido má fé de quem quer que seja, é apenas um problema que temos de solucionar para disponibilizar o material para a CPI. Talvez tenha sido algum equívoco, ou foi disponibilizado em um outro formato que ainda não chegou aos integrantes da CPI”, disse o deputado.

Ainda para esta quarta, estão previstos os depoimentos dos procuradores da República Daniel Rezende Salgado e Lea Batista de Oliveira, responsáveis pela investigação da Operação Monte Carlo. Pelo requerimento aprovado, todos os depoimentos de delegados e integrantes do Ministério Público serão fechados ao público.
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