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Parlamentares criticam presença de advogados em sessão secreta da CPI

G1

Senadores reclamaram na tarde desta quinta-feira (10) da presença, na sessão secreta da CPI do Cachoeira, dos advogados dos três principais suspeitos de integrar a quadrilha do bicheiro. Um dos advogados é o do próprio contraventor. Os outros dois defendem o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) e Claudio Abreu, ex-diretor da construtora Delta no Centro Oeste, empresa acusada de fazer parte do esquema de Cachoeira.

Entre os motivos argumentados por parlamentares para que a sessão de delegados e procuradores fosse secreta era devitar que os investigados tivessem conhecimento sobre o que foi tratado nos depoimentos.

A sessão desta quinta da CPMI é destinada a ouvir os depoimentos do delegado e procuradores que comandaram a Operação Monte Carlo, que investiga o grupo de Cachoeira. Segundo o senador Cassio Cunha Lima (PSDB-PB), que participa da CPI, o senador Pedro Taques (PDT-MT) levantou questão de ordem durante o depoimento do delegado Matheus Mella Rodrigues, questionando a presença dos advogados sem que a comissão tenha sido consultada.

Ainda de acordo com Cunha Lima, o presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), explicou que tomou de forma monocrática a decisão de autorizar a presença dos advogados, porque considerou que não era preciso consultar os demais senadores e deputados.


“Pelo que o presidente Vital acaba de comunicar, foi uma decisão monocrática, onde não houve comunicação ao plenário, o que faz dessa comissão não apenas secreta, mas também com presenças secretas. Nenhum dos membros da comissão parlamentar de inquérito foi comunicado da presença dos advogados dos principais acusados”, reclamou Cunha Lima.

O senador disse que teria feito perguntas e questionamentos diferentes ao delegado se soubesse da presença dos advogados. “Eu posso até admitir a hipótese de o presidente decidir pela presença dos advogados monocraticamente, mas temos que ser cientificados para que possamos, por exemplo, orientar nossas perguntas, para que pudéssemos formular nossos argumentos”, afirmou.

O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), também criticou a presença dos advogados. Segundo ele, Vital do Rêgo afirmou que não achou “necessário” informar os demais integrantes da CPMI. “Ele disse que era algo tão natural que achou que não precisava comunicar”, afirmou Dias.
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