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'Ele não fez isso sozinho', diz mãe do suspeito de chacina em Goiás

G1

A mãe do principal suspeito da chacina de Doverlândia, Aparecido Souza Alves, Ilda Aparecida de Souza Paes, esteve em Goiânia na quinta-feira (10) para buscar o corpo do filho que deverá ser enterrado em Doverlândia, onde vive a família. Em entrevista à TV Anhanguera, ela disse que tem medo de vingança por parte das famílias das vítimas que morreram degoladas e que a família está muito abalada com os acontecimentos. Para Hilda, o filho teve ajuda para degolar as vítimas da fazenda em Doverlândia. “Isso aí ele não fez sozinho. Uma pessoa sozinha não faz uma tragédia daquelas [chacina de sete pessoas no dia 28 de abril de 2012]”, avalia.

Aparecido Souza Alves, 22 anos, era uma das oito pessoas que morreram na queda do helicóptero da Polícia Civil na terça-feira (7), em Piranhas. As demais vítimas eram policiais. O grupo voltava do município de Doverlândia para Goiânia, onde haviam feito a segunda etapa da reconstituição das mortes da chacina ocorrida em 28 de abril.

A mãe do suspeito, que se refere ao filho como “meu menino”, também cogita a possibilidade de o filho ter sido ameaçado para não falar sobre o envolvimento de outras pessoas na chacina. “Se ele contasse eles o matariam ou a uma pessoa da família. Essas coisas normalmente acontecem”, cogita a mãe.

Ilda afirma que não tinha conhecimento de que o filho pudesse estar envolvido com qualquer coisa errada como drogas ou crimes. Ela também conta que sente dor pelas mortes das vítimas da chacina, da queda do helicóptero e pela perda do filho, mas ressalta que não tem culpa pelos possíveis crimes de Aparecido.

“A gente cria os filhos e depois eles saem pelo mundo. Você não sabe com quem eles estão se envolvendo. O pai e a mãe não têm culpa do que os filhos fazem de errado”, argumenta.

Segundo Ilda, a última vez que ela viu Aparecido foi na Sexta-feira Santa, no dia 6 de abril, quando ele a visitou. “Ele falou que iria ficar uns tempos conosco. Na sexta-feira (27 de abril) ele chegou a Doverlândia e no sábado (28) aconteceu isso [a chacina]”, relata.

Chegada dos corpos
Chegaram a Goiânia, na noite de quarta-feira (9), os corpos de sete das oito vítimas do acidente aéreo em Piranhas, no sudoeste de Goiás. O primeiro corpo do delegado titular de Iporá cehgou a Goiânia durante a madrugada de quarta-feira. Eles foram resgatados em meio aos destroços do helicóptero da Polícia Civil.

Estavam na aeronave os corpos do superintendente da Polícia Judiciária de Goiás, o delegado Antônio Gonçalves Pereira dos Santos; do delegado titular da Delegacia de Repressão a Roubo de Cargas, Jorge Moreira; do chefe do Grupo Aeroespacial e piloto do helicóptero, Osvalmir Carrasco Júnior; do chefe-adjunto do Grupo Aeroespacial e copiloto da aeronave, Bruno Rosa Carneiro; dos peritos criminais Marcel de Paula Oliveira e Fabiano de Paula Silva; do principal suspeito da chacina em Doverlândia, Aparecido de Souza Alves, 22 anos e o delegado titular de Iporá Vinicius Batista da Silva.

Após colherem material genético para identificar os corpos dos filhos, as mães dos dois peritos mortos passaram mal e tiveram de ser hospitalizadas. De acordo com o presidente do Sindicato dos Peritos Criminalísticos de Goiás, Décio Caetano, os investigadores Marcel de Paula Oliveira e Fabiano de Paula Silva eram primos.

Chacina
A Secretaria de Segurança Pública de Goiás informou que as investigações da chacina de Doverlândia continuarão, pois há outros suspeitos além de Aparecido de Souza Alves, de 22 anos, que segundo a polícia, chegou a confessar a autoria do assassinato de sete pessoas.
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