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Notícias / Meio Ambiente

Delegações de 183 países confirmam participação na Rio+20 em junho

De Brasília - Vinícius Tavares


















Dos 193 países que integram a Organização das Nações Unidas (ONU), 183 já confirmaram participação na Conferência Rio+20 e 135 já solicitaram direito de se pronunciar. A informação é da ministra Izabella Teixeira, que participou de um debate na última sexta-feira (11.5), no Rio de Janeiro, que reuniu mais de 60 jornalistas de veículos de comunicação brasileiros e estrangeiros. A seu lado estavam o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, o jornalista André Trigueiro e o ecologista Sérgio Besserman.

Alguns dos principais chefes de Estado mundiais já confirmaram presença. Em Brasília, foi confirmado que os presidentes Jacob Zuma (África do Sul) e Vladimir Putin (Rússia), além dos primeiros-ministros da Índia, Manmohan Singh, e da China, Wen Jiabao, estarão na Rio+20. No começo da semana, o presidente eleito da França, François Hollande, que elogiou a política social do Brasil, também confirmou sua vinda ao país para o evento.

Por enquanto, 116 chefes de Estado e de Governo informaram que estarão presentes às discussões. Muitos governos enviarão ministros e assessores para o evento por dificuldades com a agenda política interna. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, por exemplo, está em campanha pela reeleição.

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que o desafio da conferência é buscar o consenso, sem acentuar as diferenças. "A proposta da Rio+20 é lançar um olhar crítico, com equilíbrio e [buscando resolver as] lacunas, mostrando as áreas que avançamos. Os países individualmente podem mostrar isso, mas existem outras áreas em que os avanços foram negligenciados", disse o chanceler, definindo as dificuldades em alinhavar consensos.

Porém, segundo Patriota, os desafios não podem afetar a expectativa de que a Rio+20 consagrará um marco sobre preservação ambiental, desenvolvimento sustentável e economia verde, definindo um novo padrão para o setor. "A diplomacia consiste em conciliar multiplicidade de interesses. O interessante nesses objetivos é que se dirigem a todos os países da comunidade internacional."

Segundo a ministra, o papel da Conferência das Nacções Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que acontece entre os dias 13 e 22 de junho na capital fluminense, será o de viabilizar um compromisso formal das nações envolvidas em colocar a questão ambiental no centro das decisões sobre o desenvolvimento com inclusão.

Para Izabela Teixeira, o encontro já começou. "Não é mais a discussão de questões ambientais, mas de uma geopolítica do desenvolvimento", analisa a ministra, para a qual, ao contrário da Rio-92, a Rio+20 vai além de um debate envolvendo meio ambiente. Para ela, todos os segmentos sociais fazem parte do debate global, que será sobre economia verde, sustentabilidade e combate à pobreza.

"Temos (os participantes da Rio+20) que ter a coragem de inovar", salientou. Ela acredita que os países em desenvolvimento estarão preparados para assumir metas de sustentabilidade até 2030. "Não nos interessa o modelo de desenvolvimento que foi adotado no passado pelos países desenvolvidos",  observa.

O engajamento da sociedade civil será um dos maiores legados do encontro, avalia a ministra. Até agora, além da Cúpula dos Povos e Arena Social e Ambiental, que ocorrem no aterro do Flamengo, já estão confirmados 500 eventos paralelos à conferência envolvendo vários setores.

CONSENSOS
O porta-voz do Itamaraty, embaixador Tovar Nunes, acrescentou ainda que, como anfitrião do evento, o Brasil tem o papel de ser promotor da busca de consensos. "Como anfitriões, os brasileiros devem servir como uma espécie de ponte entre as polarizações existentes, buscando a consolidação de uma agenda positiva", disse.

Nos debates que antecederam à conferência e durante a Rio+20, os brasileiros destacarão a necessidade de conciliar as questões relativas à preservação ambiental, ao desenvolvimento sustentável e à economia verde com inclusão social. As autoridades querem mostrar que os avanços registrados no país credenciam o Brasil para a proposta.

Nas discussões, os brasileiros também defenderão a participação de populações excluídas nos debates. Graças a isso, haverá um espaço exclusivo para esses grupos e para as organizações não governamentais no Aterro do Flamengo, no Rio, denominado Cúpula dos Povos.
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