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STJ adia decisão sobre pedido de liberdade de Cachoeira

Reuters

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) adiou nesta terça-feira a decisão sobre o habeas corpus que pedia a libertação do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso desde fevereiro acusado de chefiar uma quadrilha que explorava jogos ilegais.

Cachoeira também é o principal alvo de investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) aberta no Congresso para analisar a relação do empresário com agentes públicos e privados.

A maioria dos ministros da 5a turma do STJ havia rejeitado o pedido de liberdade de Cachoeira, mas o desembargador convocado, Adilson Macabu, preferiu pedir vistas do processo, o que adiou a decisão final do tribunal, mantendo o empresário preso. Macabu trabalha na 5a turma para compor o quórum necessário para deliberações até que um novo ministro seja indicado.

A CPI pretendia ouvir Cachoeira nesta terça-feira, mas o empresário foi beneficiado pela decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, que concedeu liminar para que ele não fosse obrigado a comparecer à comissão.

O depoimento de Cachoeira é considerado chave pelo relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), que tem focado suas atenções no funcionamento da organização criminosa montada pelo empresário para operar máquinas caça-níqueis ilegalmente e na relação que Cachoeira mantinha com a construtora Delta.

O empresário está preso desde fevereiro acusado de chefiar uma quadrilha que explorava jogos ilegais, mas o caso ganhou notoriedade depois que o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), que pautava seu mandato combatendo atos de corrupção, foi flagrado pela PF em estreita relação com Cachoeira.

Demóstenes sofre processo disciplinar por quebra de decoro no Conselho de Ética do Senado e pode ter o mandato cassado.

Para a Polícia Federal, segundo relato de membros da CPI, Cachoeira seria sócio oculto da construtora Delta e usava a empresa para lavar dinheiro proveniente da organização criminosa e se infiltrar em governos estaduais, vencendo licitações de forma fraudulenta.

Segundo a PF, a quadrilha de Cachoeira tinha fortes ramificações no governo de Goiás e já começava a se infiltrar na administração do Distrito Federal.
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