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Procurador diz que pedido da CPI de explicação por escrito é 'razoável'

G1

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou nesta quarta-feira (16) que considerou “razoável” o pedido feito a ele pela CPI do Cachoeira de explicações por escrito, em cinco dias úteis, sobre a demora na abertura de inquérito para apurar o elo do contraventor com parlamentares.

Nesta terça (15), a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito criada para investigar o envolvimento do bicheiro Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados aprovou requerimento com cinco perguntas a Gurgel. Antes, integrantes da comissão pretendiam convocar o procurador para depor na comissão.

O requerimento com as cinco perguntas pede ao procurador para explicar o fato de não ter tomado providências ao receber, em 2009, o inquérito da Operação Vegas, que investigava prática de jogo ilegal e, na ocasião, já mencionava o envolvimento de políticos. A prisão de Cachoeira pela Polícia Federal ocorreu somente em fevereiro deste ano, durante a Operação Monte Carlo.

“Eu achei razoável. Vamos esperar a notificação”, afirmou Gurgel sobre o requerimento da CPI após cerimônia de instalação da Comissão da Verdade, no Palácio do Planalto.

O procurador disse que responderá aos questionamentos da CPI. “Estou aguardando a chegada [das perguntas], mas não deixaria de responder”, disse.

Indagado se considerava que a comissão teria sido “ponderada” ao pedir explicações por escrito em vez de convocá-lo, Gurgel respondeu que sim e afirmou que usará todo o prazo de cinco dias úteis dado a ele pela CPI.

Em nota e entrevistas anteriores, Gurgel argumentou que, como acusador no caso, não poderia falar em depoimento à CPI sob pena de vir a ser afastado do processo.

O procurador explicou ainda que não pediu a abertura de inquérito em 2009 porque não havia indícios suficientes de crime por parte de parlamentares. Na ocasião, as investigações foram suspensas pela mulher de Gurgel, a subprocuradora Claudia Sampaio.

Nesta terça, os integrantees da CPI entraram em acordo para não votar o requerimento de convocação da subprocuradora Claudia Sampaio e de Gurgel até que ele responda aos questionamentos por escrito.

Cinco perguntas
O requerimento aprovado pela CPI contém cinco perguntas e dá ao procurador-geral um prazo de cinco dias para respondê-las.

“Entendemos que a CPI não pode ficar sem conhecer oficialmente a versão do Ministério Público. Não podemos acreditar que o órgão do Ministério Público vai dialogar conosco por meio de jornal”, argumentou o relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG).

Em nota oficial, a PF negou que tenha pedido arquivamento de investigações, versão que foi dada pela subprocuradora Claudia Sampaio, segundo jornais.

No pedido de explicações, a CPI pergunta a Gurgel a data e em que circunstância chegaram à Procuradoria-Geral os autos da Operação Vegas. Os parlamentares perguntam ainda quais as providências tomadas na ocasião pelo procurador. Outra questão colocada no requerimento é a data de conhecimento da Operação Monte Carlo pelo procurador e as providências que foram tomadas em seguida.

As cinco perguntas são:

A – Em que circunstâncias chegou à Procuradoria-Geral da República a investigação sobre a Operação Vegas em IP-42/2008, da Justiça Federal de Goiás?

B – Em que data o inquérido referido chegou à Procuradoria?

C – Diante dos indícios verificados no curso da investigação – reconhecidas a representação para instauração do inquérito número 3430/2012 no Supremo Tribunal Federal, em que figura Demóstenes Torres – quais as providências adotadas pela Procuradoria-Geral da República no mencionado inquérito?

D – Em que data e em quais circunstâncias teve conhecimento da Operação Monte Carlo (IP 89/2011 da 11ª Vara da Justiça Federal de Goiânia?

E – Diante dos indícios verificados no curso da investigação – e igualmente reconhecidas na representação para instauração do inquérito 3430-2012 do STF, já referido – quais as providências adotadas à época pela Procuradoria Geral da República no mencionado inquérito?
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