A rodada de negociação em Brasília entre o Ministério do Planejamento e o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições Federais de Ensino (Andes-SN) falhou em evitar a greve anunciada pelos professores de 33 universidades federais do país, inclusive da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), marcada para começar nesta quinta-feira (17) por tempo indeterminado.

Depois que o governo federal assinou, na semana passada, medida provisória reajustando o salário dos servidores federais (numa clara tentativa de desarticular o movimento grevista de última hora), a rodada de negociação na tarde da última terça-feira em Brasília era envolvida por expectativa, pois seria mais uma oportunidade para o governo tentar evitar a paralisação das atividades de graduação nas instituições federais.

Porém, de acordo com o presidente da Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat), Carlinhos Eilert, o governo nada teve a oferecer de concreto na reunião. O Ministério do Planejamento já havia se comprometido a concluir, até o fim do mês, uma proposta de Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) aos docentes federais.

O governo não teve nada além desta mesma alegação a oferecer aos servidores grevistas durante a reunião, relata Eilert. Segundo o sindicalista, a discussão orbitou em torno de detalhes da composição do PCCS: de um lado, o governo pretende manter a configuração da carreira do docente em quatro classes; do outro, o Andes defende a implementação de 13 níveis na carreira.

Desta forma, não houve sequer conversação no sentido de se evitar a greve. Além disso, outras instituições federais Brasil afora podem engrossar o movimento a partir de hoje, quando devem acontecer outras assembleias gerais de docentes em suas respectivas seções sindicais.

Os professores da UFMT decidiram em assembleia na última segunda-feira deflagrar greve na instituição, seguindo movimento nacional. A principal reivindicação é o plano de carreiras dos servidores.




Atualizada às 18h45