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Brasil: 33 das 59 universidades federais declaram greve

Terra

Do total de 59 universidades federais do Brasil, mais da metade iniciou greve por tempo indeterminado a partir desta quinta-feira. Segundo a Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (Andes), professores de 33 instituições declararam oficialmente a paralisação das atividades. A previsão é de que mais universidades entrem em greve na semana que vem.

Entre as reivindicações, estão a reestruturação da carreira da categoria e as condições precárias de trabalho, atribuídas à falta de estrutura nas universidades. No Brasil, são 64 seções sindicais de 59 universidades federais ligadas ao Andes.

De acordo com Aloisio Porto, do Comando de Greve da Andes, o atual plano de carreiras não permite um crescimento satisfatório do professor ao longo da carreira. "Hoje para chegar no teto da carreira ele levaria quase 30 anos". De acordo com o dirigente sindical, foram feitas mais de dez reuniões com o Ministério do Planejamento para revisão dos planos, mas não houve avanço na negociação. Assembleias marcadas para amanhã e para o início da próxima semana devem confirmar a adesão de professores de outras instituições à paralisação, segundo Porto.

O Ministério da Educação (MEC) informou, por meio de nota, que "reafirma sua confiança no diálogo e no zelo pelo regime de normalidade das atividades dos campus universitários federais". O governo ressalta que o aumento de 4% negociado no ano passado com os sindicatos já está garantido por medida provisória assinada no dia 11 de maio. O aumento será retroativo a março, conforme previsto no acordo firmado com as entidades.

"Com relação ao plano de carreira, a negociação prevê sua aplicação em 2013. Os recursos devem ser definidos na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) até agosto deste ano, o que significa que temos tempo. As negociações entre o Ministério do Planejamento e as representações sindicais seguem abertas", explicou o MEC.

As universidades federais de Campina Grande (PB), Pará, Paraná, Mato Grosso, Alagoas, Amazonas, Piauí e algumas instituições de Minas Gerais já confirmaram a paralisação. Já os professores da Universidade de Brasília (UnB) aprovaram indicativo e devem decidir na sexta-feira se aderem à paralisação.

De acordo com o site da Seção Sindical dos Docentes da UFRJ (Adufrj-SSind), uma nova assembleia será marcada do dia 21 a 25 de maio, que poderá confirmar ou retirar o indicativo, conforme avaliação coletiva sobre as negociações entre o governo e o Andes-SN.
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