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Gargaglione diz que silêncio da OAB-MT é "sintomático"

Ramon Monteagudo - Midia News

"Acho que o silêncio da direção da OAB-MT é sintomático. Sobretudo porque o episódio está respingando, sim, na imagem da instituição, que é guardiã da liberdade e da ética e está absolutamente exposta". A declaração é do advogado José Vitor Gargaglione e se refere ao flagrante sofrido pela secretária-geral da Ordem, Luciana Serafim, na madrugada do último dia 14, enquanto pichava a fachada do escritório do presidente Francisco Faiad.

Segundo Gargaglione, o Conselho de Ética da OAB-MT não poderia se omitir sobre o caso. "Os conselheiros, numa atitude de maturidade, deveriam agir de ofício e dar uma satisfação aos advogados e à sociedade. Precisamos saber o porquê das agressões; o porquê de se tentar atingir a honra do presidente da Ordem e sua família. O episódio está causando grande repercussão e comoção social, independente de ter cunho pessoal ou não, pois atinge os cargos máximos da instituição. Nesse caso, não há como se separar a vida pessoal da pública", sustentou.

Dois pesos e duas medidas

O advogado relatou que foi acionado pelo Conselho de Ética da OAB-MT, em 2007, numa situação, no mínimo, estranha. "Foi aberto um procedimento contra mim onde a denunciante foi minha ex-mulher, que alegava que eu estaria faltando com a verdade no processo judicial de separação. O detalhe é que no processo eu não atuava como advogado; eu era parte. Acho que é a primeira vez na história da OAB nacional que um advogado é acionado pelo Conselho de Ética por ser parte. E o detalhe estranho é que, até hoje, eles mantêm esse procedimento aberto, provavelmente por motivos pessoais, para me constranger e impedir que eu dispute algum cargo na Ordem", afirmou Gargaglione.

Diante disso, ele afirmou, categoricamente, que o conselho age através de "dois pesos e duas medidas". "Isso é extremamente negativo para a entidade, pois caracteriza uso político. Mas acho que o conselho deve agir com extrema cautela no caso da Luciana e do Faiad, e não através da perseguição, como o faz contra minha pessoa", disse.

Gargaglione salientou que o episódio extrapolou a esfera pessoal e "atinge diretamente a instituição OAB". A Ordem é uma autarquia federal e seus servidores, para efeitos penais, são caracterizados como funcionários públicos. Apenas isso já seria o suficiente para que a direção da OAB-MT se posicionasse e desse uma satisfação para a sociedade", disse, para em seguida completar: "Há, basicamente, duas formas de se encarar um problema: de modo virtuoso, para combater os erros e não repeti-los; e de modo mentiroso, para esconder os erros e continuar errando".

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