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Grávida morre após ter útero expelido e Semsa investiga negligência, no AM

G1

Uma denúncia de negligência contra uma equipe médica da Maternidade Moura Tapajóz, na Zona Oeste de Manaus, foi registrada neste sábado (19), na Polícia Civil, após a morte da doméstica Neuciane Teixeira Marques, de 20 anos. A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) vai abrir sindicância, nesta segunda-feira (21), para apurar o caso.

De acordo com familiares, a vítima teve hemorragia grave durante o parto normal do segundo filho, após ela ter ficado cerca de 24 horas fazendo força para ter o bebê, sob orientação do médico, que não foi identificado. No procedimento, o útero se deslocou do corpo, após excesso de força para expelir o feto. A mulher foi submetida uma cirurgia de emergência, em seguida levada à UTI da Maternidade Ana Braga, na Zona Leste, mas chegou morta ao local.

Familiares exigiram explicações da direção da Maternidade Moura Tapajóz, mas um relatório sobre o caso será entregue em até 15 dias.

A irmã de Neuciane, Aline Marques, 26, contou que ela estava no nono mês de gravidez e entrou na maternidade na quinta-feira (17h), por volta de 12h. Os médicos informaram à irmã da vítima que Neuciane estava com 3 cm de dilatação da placenta, o que ainda não permitia a realização do parto. O procedimento só foi realizado no dia seguinte, quase 24 horas depois. Durante esse período, segundo Aline, Neuciane ficou internada, fazendo força até a hora do parto normal.

"Nós informamos ao médico que ela teve complicações no parto do primeiro filho e, por isso, o parto deveria ser cesariana. Mesmo assim, o parto foi normal e o médico submeteu minha irmã a um processo doloroso. A força que ela fez foi tanta que sangrou pelos ouvidos e nariz. O útero dela se deslocou com a saída do feto. O que fizeram com ela foi uma crueldade", lamentou Aline. De acordo com ela, o bebê continua internado, mas passa bem.

O corpo de Neuciane foi velado em uma igreja evangélica no bairro Vila Marinho, na Zona Oeste. A direção da Maternidade Moura Tapajóz foi procurada pela reportagem do G1, mas não atendeu às ligações. A assessoria de imprensa da Semsa informou que uma sindicância vai ser aberta para investigar o suspeita de negligência.
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