A Air France-KLM, número um do transporte aéreo europeu, anunciou nesta terça-feira uma perda líquida, a primeira desde a criação do grupo, em 2004. A companhia informou ainda que planeja cortar 2.700 postos de trabalho em 2009/2010.

O prejuízo atingiu 814 milhões de euros (US$ 1,1 bilhão) no ano fiscal 2008-2009, que se encerrou em março deste ano --no exercício anterior, o grupo lucrou 756 milhões de euros. No último trimestre (entre janeiro e março), as perdas líquidas foram de 505 milhões de euros (US$ 687 milhões).

Para reduzir seus custos em 2009/2010, o grupo, que emprega 107.000 pessoas, pretende "continuar diminuindo seus efetivos de maneira progressiva, congelando contratações, utilizando a mobilidade profissional interna, incentivando o pessoal a tirar férias e adotando jornadas de meio período", disse o diretor-geral do grupo, Pierre-Henri Gourgeon.

Em 2008-2009, as demissões foram da ordem de 2.700, destacou, em reunião com jornalistas. Em 2009-2010, a empresa deve repetir o número de cortes. O diretor financeiro, Philippe Calavia, frisou em seguida que "seriam uns 3.000 cortes".

Estas perdas não representam uma surpresa. Em 26 de março passado, o grupo já havia prevenido que entraria no vermelho em 2008-2009, com "200 milhões de euros".

O faturamento caiu 0,6%, para 23,970 bilhões de euros e, ao término de 2008/2009, o grupo não distribuirá dividendos que valiam 0,58 euro no final do exercício anterior.

"Para o exercício atual, a visibilidade é frágil", reconheceu Gourgeon. Ele reiterou sua previsão de uma nova queda do faturamento.