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Mantega diz que BB ainda pode reduzir mais suas taxas de juros

Folha Online

O ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou nesta terça-feira que gostaria que o Banco do Brasil aumentasse mais os seus empréstimos e que espera novas reduções nas taxas de juros praticadas pela instituição.

Mantega participou hoje da primeira visita oficial de trabalho à nova diretoria, que tomou posse no final de abril. A troca no comando do banco foi motivada pelo aumento dos juros promovido pela instituição por causa da crise.

De acordo com o ministro, a instituição está com as suas taxas abaixo das praticadas pelo setor privado e próximas do nível em que estavam antes da crise, mais ainda pode fazer mais.

"Eles estão aumentando o volume de crédito acima daquilo que o setor privado está fazendo. Ainda não é tanto quanto eu gostaria. Gostaria que aumentassem mais ainda e que eles baixassem mais as taxas", disse o ministro.

Polêmica

Mantega também falou sobre a polêmica provocada pela pesquisa diária de juros do Banco Central. De acordo com o levantamento, a taxa praticada pelo BB no crédito pessoal, por exemplo, passou de 2,31% ao mês na primeira quinzena de abril para 2,53% a.m. no levantamento divulgado hoje. Essa nova taxa, maior que a anterior, já reflete os juros praticados na nova gestão.

O ministro negou que tenha havido aumento de juros e pediu ao presidente do BB, Aldemir Bendine, que explicasse a questão.

"Eu não contesto o ranking do Banco Central. O que precisa ficar claro é que ele mede um tipo de situação que não diz respeito a aumento ou recuo da taxa de juros", disse o BB.

De acordo com o BB, a taxa divulgada na pesquisa não considera a diferença de juros entre empréstimos de prazos diferentes. Além disso, não é levado em consideração o perfil de risco de crédito dos clientes que tiveram acesso ao crédito naquele período.

"Se você tem uma quantidade de clientes com risco numa faixa mais alta, é natural que aquele ranking mostre uma taxa maior naquele período. Mas em todas as modalidades, sem exceção, o Banco do Brasil reduziu as taxas de juros. Não houve nenhuma elevação de taxa de março para cá."

De acordo com o BB, a instituição está, por meio da Febraban (federação dos bancos), mantendo conversas com o Banco Central para discutir a possibilidade de mudanças em relação à pesquisa.

O BB também informou que, considerando prazos maiores, foi registrada queda na inadimplência dos seus clientes. No final de março, a inadimplência da pessoa física estava em 5,9%. A instituição não divulgou o novo percentual.
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