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Após suspeitas internas, Leão nega que esteja forçando a sua demissão

Globo Esporte

A relação entre o técnico Emerson Leão e a diretoria do São Paulo caminha a cada dia que passa para uma separação. De um lado, o treinador critica publicamente o planejamento feito para a atual temporada, fala que precisa de reforços e, sempre que pode, dá uma estocada nos dirigentes. Do outro, a cúpula, além de mostrar descontentamento com a falta de padrão tático da equipe, acusa o treinador de estar forçando a sua saída do Morumbi. Após a derrota para o Botafogo (4 a 2, de virada), domingo no Rio de Janeiro, pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro, a relação parece que só piorou.

Pessoas influentes no clube revelam que o treinador tem uma alta dívida com a Receita Federal e que já teria nas mãos uma proposta para sair do Tricolor e receber um salário maior do que os R$ 250 mil mensais que ganha no São Paulo, além de uma polpuda quantia de luvas. Se for demitido, Leão ainda receberia os salários correspondentes até o término do seu contrato, no dia 31 de dezembro.

Questionado pelo GLOBOESPORTE.COM nesta segunda-feira, o treinador rebateu imediatamente.

- Sabe qual é o problema? Quando perde, precisa arrumar coisa. Quem te falou, falou mentira. Pede para falar isso para mim.

O técnico reconhece que tem pendências financeiras, mas nega que isso esteja influenciando o seu trabalho no comando do São Paulo.

- Não tenho dívida com ninguém. Dívida existe quando você para de pagar e não é o caso. Tenho um acordo de pagamento de REFIS (Programa de Recuperação Fiscal) de uma fazenda que eu vendi (no Mato Grosso). Foi feito um parcelamento em 40 vezes e eu paguei dez. Boa parte delas eu já estava pagando antes de fechar com o São Paulo. Não preciso do dinheiro do São Paulo para isso. Tenho meu patrimônio.

Leão diz que a relação, pelo menos de sua parte, é normal com os diretores.

- É igual desde o dia em que cheguei aqui. Você me perguntou se eu havia mudado de postura nas coletivas e eu respondo que não. Pelo contrário. Vocês (jornalistas) perguntam e eu respondo. Na semana passada, li no noticiário que a diretoria diz que ela resolve quando deve contratar reforços. E aí sou eu que crio polêmica? A minha relação com a diretoria é de patrão e empregado.

Entre os diretores, já existe uma corrente que defende a mudança da comissão técnica independentemente do resultado da partida de quarta-feira, contra o Goiás, em Goiânia, pelas quartas da Copa do Brasil. No domingo, o time enfrentará o Bahia pelo Campeonato Brasileiro e depois ficará dez dias sem entrar em campo.

Depois de conversar com o GLOBOESPORTE.COM, o treinador atendeu à rádio "Estadão ESPN". Apesar de afirmar que não está em rota de colisão com a diretoria e de lembrar que seu aproveitamento no clube é bom (superior a 75%), o treinador admitiu que não se surpreenderia se o São Paulo resolvesse demiti-lo mesmo se o Tricolor confirmar sua classificação à semifinal da Copa do Brasil, contra o Goiás, na próxima quarta-feira.

- Se eu treinasse tênis, xadrez, basquete ou vôlei ficaria surpreso, sim. Mas no futebol, tudo pode acontecer. É um outro mundo e eu vivo nele há muito tempo. Sou vivido e experiente para saber que, no futebol, se vive um dia de cada vez.
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