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Sob protesto, julgamento de oposicionista entra no 2º dia em Mianmar

FOLHA UOL

Cerca de 500 birmaneses pediram nesta terça-feira a libertação da Nobel da Paz e líder do movimento democrático de Mianmar, Aung San Suu Kyi, diante do presídio de Insein, onde acontece a segunda audiência do seu julgamento por violar os termos de sua prisão domiciliar.

Suu Kyi foi presa no último dia 14, junto com as duas empregadas, após receber a visita por dois dias do americano John William Yettaw secretamente na sua casa. Detida há 13 anos por defender a democracia em um país governado por militares, Suu Kyi deveria ser libertada no próximo dia 27.

Efe-2002

Fotografia de arquivo mostra líder oposicionista e Nobel da Paz Aung Suu Kyi
O governo de Mianmar alega que a líder desrespeitou os termos da prisão domiciliar --que proíbe que estrangeiros durmam na casa de birmaneses. Não há informações sobre os motivos da visita. No entanto, a imprensa da Tailândia divulgou no último dia 15 especulações que Yettaw queria fazer um "artigo" para contar as experiências da líder na prisão.

O grupo de manifestantes, formado por membros da Liga Nacional pela Democracia (LND), partido de Suu Kyi e o único que resiste à pressão da Junta Militar que governo o país, desafiou os estritos controles montados pelas forças de segurança.

Os manifestantes, a maioria deles jovens, eram liderados pelo veterano político Win Tin, membro do comitê central da LND, e pela ativista Naw Ohm Hla.

Outros partidários da líder birmanesa, em vez de ir a Insein, preferiram ficar na cidade de Yangun e rezar por Suu Kyi no pagode de Shwedagon, um dos mais venerados de Mianmar. O pagode é tido como lugar emblemático da luta dos democratas contra o regime militar.

Audiência

A segunda audiência do julgamento presidido por juízes militares contra Suu Kyi, 63, começou após as 10h (1h no horário de Brasília) e a sessão foi suspensa cerca de quatro horas depois. Como na véspera, foi proibida a presença da imprensa e do público, embora diplomatas tenham solicitado a permissão.

Junto com a Nobel da Paz de 1991, são acusadas as duas mulheres que cuidam dela e o americano John William Yettaw --pivô do novo julgamento.

O americano teria entrado na casa de Suu Kyi em 3 de maio, apesar das fortes medidas de segurança, e foi detido dois dias depois quando saiu da residência da opositora.

A ONU (Organização das Nações Unidas), governos e organizações de todo o mundo condenaram a detenção e o novo julgamento, no qual Suu Kyi pode ser sentenciada a até cinco anos de prisão.

Com Efe

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