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Notícias / Agronegócios

Autarquias e lideranças debatem construção de eclusas nas hidrelétricas

De Sinop - Alexandre Alves

Uma audiência pública na Câmara dos Deputados debateu nesta terça-feira (22) a importância da inclusão de eclusas (mecanismos de elevação de embarcações) nas hidrelétricas que estão sendo construídas no Rio Teles Pires, na região Norte de Mato Grosso, e que concentra grande potencial agrícola e pecuário. O debate foi sugerido pelo deputado federal Nilson Leitão (PSDB-MT).

Aprovada na Comissão de Viação e Transportes daquele Poder, a audiência foi fundamentada em documentos recebidos da sociedade civil organizada que relatavam irregularidades nas edificações e implantações de hidrelétricas em Mato Grosso. Tais irregularidades atentam contra a proteção do meio ambiente, os interesses econômicos da região e a aplicação dos recursos públicos.

Segundo estudos realizados, a construção das hidrelétricas sem as devidas eclusas prejudica a implantação de um modal hidroviário totalmente viável econômica e ambientalmente. Atualmente, com a utilização dos rios como meio de locomoção, existe um percentual superior a 90% de economia aos cofres públicos, além de minimizar os prejuízos ao meio ambiente, com duplicação ou construção de novas estradas (sem falar na diminuição de emissão de gases poluentes por parte de milhares de caminhões).

Para Nilson Leitão, a importância das hidrelétricas é indiscutível, porem é necessário que as eclusas sejam incluídas nas hidrelétricas para que a trafegabilidade nas hidrovias seja mantida. Caso contrário, com as barragens sem eclusas, o rio Teles Pires será trancado para navegação.

“Nós queremos o desenvolvimento do Brasil, economizar custos e diminuir riscos de morte nas rodovias, mas acima de tudo discutir as questões ambientais. Na Europa os ambientalistas exigem que o transporte seja por hidrovias e investem trilhões de euros, enquanto aqui andamos na contramão. Um pais totalmente sem logística”, ataca o deputado.

Dados apresentados pelo presidente da Companhia Hidrelétrica Teles Pires (CHTP) mostram que os gastos com a construção das eclusas simultânea às hidrelétricas terá a economia de 7%, enquanto a construção posterior será 30% mais cara.

“A intenção do consórcio responsável é que as eclusas estejam incluídas no projeto, depende apenas dos estudos ambientais”, diz Luiz Ramires.

Leitão disse que o debate não é de interesse apenas do povo brasileiro, mas também do governo.

“Eu defendo que o setor privado se una aos setores do governo federal em um corpo único para defender os interesses, não só a economia do país como do povo brasileiro. Se está provado que 80% é ambientalmente favorável ao Brasil e reduz os acidentes de uma forma significativa, de quem é o interesse em não equipar as hidrelétricas com as eclusas?”, questiona.

Para debater o assunto estavam presentes o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes, Jorge Ernesto Pinto Fraxe; o superintendente de regulação da Agência Nacional de Águas, Francisco Lopes Viana; o superintendente de gestão e estudos hidroenergéticos da Aneel, Odenir José Dos Reis; o diretor-geral em exercício da Agência Nacional de Transportes Aquaviários, Tiago Pereira Lima; o diretor substituto da Diretoria de Licenciamento Ambiental do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis, Eugênio Pio Costa; o presidente da Companhia Hidrelétrica Teles Pires, Luiz Claudio Ramirez Nunes; o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Sinop-MT, Mauro Muller e o coordenador executivo do Movimento Pró Logística de Mato Grosso, Edeon Vaz Ferreira. Com informações da assessoria.




Atualizada às 11h13
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