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Peugeot 408 THP se mostra animado na pista

Carsale

Atenção órfãos do Civic Si, que nos deixou em meados do ano passado: ainda restam dois sedãs médios bem animados no mercado brasileiro. Um deles é o Jetta TSi e o outro, o Peugeot 408 THP (R$ 81.490) nosso convocado da vez a ir para a pista de testes. Tudo bem que o leão da marca francesa não ruge tão forte quanto o finado Honda, mas não deixa de ser interessante. Além de ter preço mais em conta que o rival da Volkswagen (R$ 89.520), também se mostrou bem acertado, com pelo menos uma boa pitada de esportividade, e não fez feio nas medições do Instituto Mauá de Tecnologia.

Alinhado para a prova de aceleração de 0 a 100 km/h, o 408 THP cravou 8,96 segundos no cronômetro, mais de um segundo depois dos 7,8 s do Si, entretanto, uma boa marca, capaz de abrir um sorriso no rosto de quem estiver ao volante. Ok, uma melhor calibragem do controle de tração e hastes atrás do volante para trocas de marcha seriam itens bem-vindos e ajudariam a tornar o carro ainda mais rápido. Mas não há como negar que o motor 1.6 turbo de 156 cavalos “enche” logo e a relação peso-potência de 9,8 kg/cv ajuda a dar boa agilidade tanto no trânsito do dia a dia quanto na estrada.

Prova disso também foi comprovado na pista durante os testes de retomada. Ainda conforme o IMT, o 408 THP precisa de 8,79 segundos para ir 60 a 120 km/h, agora sim um tempo melhor que o do descontinuado Civic Si (12,2 s), mas isso porque o Honda é prejudicado pelo câmbio manual de seis marchas em relação ao automático do Peugeot.Como ainda não testamos o Jetta turbinado, tomamos o sedã da marca japonesa como referência quando o assunto é sedã esportivo.

De qualquer forma, temos uma outra demonstração de que o sedã da marca do leão é mesmo bem superior à versão 2.0 com câmbio automático de quatro marchas e tem desempenho bom o suficiente para ser colocado na lista dos que buscam um sedã ágil. O bom funcionamento do conjunto mecânico da versão THP, feito em parceria com a BMW, também estimula a arcar com a diferença de R$ 6.490 em relação à Feline, com motor aspirado. Não que a caixa de seis marchas seja um primor. Ao contrário do que apresentou no crossover 3008, a transmissão do 408 THP demorou mais para fazer as trocas, mesmo sem selecionar o modo “Sport”, prejudicando o consumo. Apesar disso, nas medições do IMT, o 408 turbo não foi nada mal: 8,8 km/l na cidade e 15,1 km/l na estrada.

Ao volante do 408, porém, fica difícil não lembrar do antecessor 307. A plataforma dos dois é a mesma, o que implica em vários outros componentes em comum, inclusive da suspensão, um pouco mais rígida do que deveria para não prejudicar o conforto, principalmente sobre piso mal conservado, o que é fácil de encontrar na maioria das vias públicas do país. Mas, na hora de pisar no freio, o Peugeot surpreendeu pela eficiência. Vindo a 80 km/h e pisando com força no pedal, o sedã THP parou completamente depois de 33,4 metros, o que garante o 6º lugar no ranking de testes do IMT, atrás apenas de modelos mais leves e sofisticados, com o Mini JCW, que fez o mesmo em 33,1 m.

A lista de equipamentos da versão topo de linha do 408 vem bem recheada. Um dos destaques fica por conta do controle eletrônico de estabilidade (ESP), equipamento disponível apenas na versão THP, e dos faróis direcionais com lâmpadas de xenônio . Também chama a atenção o GPS integrado ao painel, com tela escamoteável, mas que poderia ter melhor resolução e ser mais preciso nas indicações. Os pedais de alumínio agradam. O que desanima é tocar na alavanca de câmbio e nos mesmos botões dos vidros e nas alavancas da coluna de direção e notar que tudo veio do 307, o que também inclui os comandos satélite das principais funções do sistema de som e do controlador de velocidade de cruzeiro (“piloto automático”). Entretanto, o ar-condicionado digital com regulagem independente de meio em meio grau e o quadro de instrumentos com boa iluminação indireta estão entre os pontos positivos.

Como sedã familiar, o 408 THP também tem espaço interno elogiável. Com distância entreeixos de 2,71 metros, o carro oferece bom espaço para as pernas de quem for sentado no banco traseiro. Cinco ocupantes viajam sem aperto, assim como suas respectivas bagagens. Ao abrir o porta-malas, três boas surpresas: há molas a gás no sistema de abertura, que não invadem a área de carga. Além disso, a tampa tem bom acabamento e os 536 litros de capacidade são suficientes para deixar qualquer esposa satisfeita em levar metade de guarda-roupas na viagem. E apesar dos traços do 307, o pessoal da Peugeot conseguiu deixar o 408 elegante.

Veredicto

Apesar da dirigibilidade parecida com a do 307, o 408 THP se sobressai pelo conjunto mecânico desenvolvido em parceria com a BMW, bem como pela lista de equipamentos sofisticados e raros entre os modelos nacionais e vindos do Mercosul, como controle eletrônico de estabilidade e GPS integrado ao painel. Ficou devendo apenas um ajuste melhor do câmbio (o que prejudicou o consumo no dia a dia) e mais personalidade própria, sem lembrar o antecessor. Além disso, em se tratando de um modelo turbinado e importado da Argentina, resta saber como ficará seu índice de desvalorização no mercado.
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