Imprimir

Notícias / Cidades

“Novela” da contradição patronal começou, diz sindicato

Da Assessoria/ ACP

Sindicatos de trabalhadores da construção civil e mobiliário de Cuiabá e do interior do Estado participaram nesta segunda (28) da primeira reunião com o Sindicato das Empresas da Construção Civil de Mato Grosso (Sinduscon-MT) para a negociação coletiva 2012-2013.

Como reajuste salarial, os empregadores ofereceram 6% para quem recebe acima do piso da categoria e 7% para quem ganha trabalha nos canteiros de obras, proposta que foi rejeitada imediatamente pelos sindicalistas. Uma nova rodada de negociação foi marcada para esta terça (29), à partir da 7 horas.

Estiveram presentes sindicatos da construção civil e do mobiliário do Vale do Arinos, da região Norte, da região Sul, de São José do Rio Claro, de Cáceres e da construção civil de Cuiabá e Baixada Cuiabana.

Os sindicalistas cobraram melhores condições de trabalho nos canteiros de obras, lembrando que a pauta foi elaborada com base na Pauta Única Nacional, que foi elaborada pelos sindicatos das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 e visa unificar as condições de trabalho para a categoria no Brasil.

De acordo com a esta negociação, torna-se obrigatório para as empresas oferecerem vale combustível para os empregados que têm veículo. Os trabalhadores reivindicam um desconto de 5% no salário, e os empregadores, 6%.

Os sindicatos também chegaram a um consenso quanto à mudança da data do pagamento do adiantamento salarial, que passou a ser estipulada mensalmente, fixando-se nos dias 22 de junho, 20 de julho, 17 de agosto, 21 de setembro, 19 de outubro, 23 de novembro, 23 de dezembro, 18 de janeiro, 22 de fevereiro, 22 de março, 19 de abril e 17 de maio.

Outro ponto de consenso foi o pagamento das horas extras, cujo percentual variava de acordo com os dias da semana e horários, sendo mais alto nos finais de semana e à noite. De acordo com a reunião desta segunda, o pagamento de hora extra passa a obedecer ao que prega a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), isto é, de 50%. Também ficou definida a implantação do seguro gratuito contra acidentes nos canteiros.

Os sindicatos não chegaram a consenso sobre estabelecer na Convenção Coletiva de Trabalho a obrigatoriedade de oferecer café da manhã e refeições aos trabalhadores. Atualmente, a maioria das empresas oferece almoço, mas poucas dão o café.

Não foi aceita a proposta patronal de alterar a data-base da categoria de maio para janeiro. De acordo com Ronei de Lima, presidente da FETIEMT, não há registro de que outra entidade no País tenha feito esta alteração, e o 1º de maio é uma data histórica, motivo pelo qual foi escolhida como data-base.

Os sindicatos também não chegaram a um acordo quanto à diminuição da vigência do contrato de experiência de 90 para 30 dias. Segundo os trabalhadores, hoje este prazo é utilizado pelas empresas para justificar a alta rotatividade nos canteiros de obras.

Para Joaquim Santana, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Cuiabá e Municípios (SINTRAICCCM), esta é uma “novela” que se repete a cada negociação. “Antigamente, a desculpa dos patrões era o piso salarial. Agora, o piso não é mais o argumento principal, eles alegam que precisam se preocupar com custos de outros materiais. É uma novela cheia de contradições”.

Participam da negociação os sindicalistas Joaquim Santana (Cuiabá e Baixada); Valmir dos Santos (Vale do Arinos); Nilce Bolognesi (Vera e Feliz Natal); Eder Pessine (região Norte);Wilson Antonio de Lima (região Sul); Presidente: Marcio Nascimento (São José do Rio Claro) e Hélio Cardoso da Silva (Cáceres).



Imprimir