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Demóstenes afirma que fraude em licitação da Secopa foi "um delírio"

De Brasília - Vinícius Tavares

O senador goiano Demóstenes Torres (sem partido) classificou como "um delírio" as denúncias que dão conta de sua atuação como lobista para facilitar a entrada do bicheiro Carlinhos Cachoeira em licitações para a Copa do Mundo em Mato Grosso.

A manifestação ocorreu há pouco, durante seu depoimento no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado Federal, que move contra o senador um processo de cassação.

O senador tentou rebater uma a uma as acusações contra ele que tem por base as escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal.

Ao citar um dos trechos, o senador tentou desqualificar as acusações. "Licitação para Copa em Mato Grosso: delírio. Tem como entrar em Mato Grosso? Só por meio de licitação'", relatou o senador ao citar e esclarecer uma das conversas em que Carlinhos Cachoeira tentaria, por meio de Demóstenes, fazer negócios com o governo de Mato Grosso.

Escuta telefônica obtida com exclusividade pela revista Época entre o senador e Cachoeira revela que ambos tentaram fraudar uma licitação da Copa do Mundo em Mato Grosso para beneficiar um amigo em comum.

Demóstenes pediu ajuda de Cachoeira para beneficiar a agência de publicidade de um amigo a conseguir contratos de marketing para a Copa do Mundo em MT. Em questão estavam dois lotes de R$ 13 milhões. “Cê acha que consegue?”, pergunta Demóstenes na gravação.

“Acho um negócio bacana. Se for do interesse seu... [de Demóstenes]”, responde Cachoeira. “Eu acho que consigo”. Em outra ligação, Demóstenes diz que passará na casa de Cachoeira para conversar mais sobre o assunto.

Na época de denúncia, o ex-secretário extraordinário da Copa, Eder Moraes, afirmou em entrevista por telefone ao Olhar Direto que a licitação a qual o parlamentar e o empresário tentaram fraudar já havia sido cancelada em setembro.

“Essa licitação em questão foi cancelada porque foi feita ainda pela [extinta Agência Executora das Obras da Copa do Mundo no Pantanal] Agecopa”, informou Eder Moraes. “Com a transição para a Secopa, a comunicação ficou a cargo mesmo da [Secretaria de Comunicação do Estado] Secom”, completou.



Atualizada às 15h08
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