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Equipe de São Paulo vence, no Recife, desafio de cidades inteligentes

G1

A vinda do navio Rainbow Warrior III do Greenpeace ao Recife serviu também para a discussão de propostas para os centros urbanos. Nesta sexta-feira (1º), foi anunciado o vencedor do projeto Desafio Porto Digital, que visa incentivar a pesquisa e desenvolvimento de inteligência para uma cidade sustentável, ou seja, resolver os problemas das grandes cidades através de soluções tecnológicas.

Cinco trabalhos foram selecionados: Lixo Sustentável (do Ceará), GreenStreet, Metropolis, URBAN+IT (estes três de Pernambuco) e EcoManager (de São Paulo). Todos foram apresentados para a uma banca de jurados, composta por representantes do Greenpeace, do Porto Digital, da Secretaria do Meio Ambiente do Recife, além de empresários.

O projeto vencedor veio de Sorocaba, no interior de São Paulo. A ideia do 'Ecomanager' é ser um software que vai auxiliar no gerenciamento de resíduos sólidos, garantindo a eficácia do processo de reciclagem, entre outros pontos. "É um softwarte que integra os serviços de coleta. Como você pode garantir que o produto recolhido na sua casa foi realmente reciclado ou ao menos encaminhado para o lugar certo de descarte? É isso que propomos resolver", explica Paulo Tadeu de Camargo, único representante do grupo que veio ao Recife.

Para Paulo, oportunidades como essa de discutir projetos são mais do que válidas, são essenciais para o desenvolvimento. "Esse retorno da banca é fantástico, mais do que vencer, é levar essas opiniões para casa. Sair do campo do imaginário e colocar nosso projeto à prova", acredita Paulo.

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Navio do Greenpeace atraca no porto do Recife e está aberto a visitaçãoO vencedor foi convidado para participar da Incubadora do Porto Digital. "A empresa vencedora hoje já está pré-aprovada para fazer parte da incubadora, onde empresas de tecnologia buscam resolver os problemas de outros setores.O que a gente oferece? Formação de empreendedor. A gente tenta trazer o conhecimento de gestão, como transformar aquela ideia muito boa em algo viável.", detalha Vitor Andrade, coordenador da Incubadora Cais do Porto.

Os projetos
O Urban+IT se apresenta como uma proposta de reconectar as pessoas ao espaço urbano. O grupo do Recife, comandado pela professora Circe Monteiro, se inspirou em alguns aplicativos já existentes, como o inglês WalkIt, que traça rotas de caminhada. "Nossa ideia é que você conheça o local perto da sua casa a pé. Se você se interessa por arquitetura, saber que aquele prédio, a cinco minutos da sua casa, foi projetado por fulano de tal. Ou ainda que a padaria há três quadros de onde você mora tem pão saindo às 18h", exemplifica Circe.

O outro projeto vindo do Recife, o 'GreenStreet', é uma rede social voltada para ciclistas. Através do celular, seria possível saber os percursos percorridas pelos seus amigos, as melhores rotas, entre outras informações que facilitariam a vida do ciclista. "Nosso objetivo é incentivar essas pessoas a irem para a rua, mostrar que estão andando de bicicleta e deixando o carro em casa. Uso da bicicleta com interação, diversão, vai beneficiar todos e emitir menos gases poluentes, além de aproximar as pessoas", afirma Mauro Silva, representante do grupo.

A terceira proposta pernambucana também tem foco na questão da mobilidade urbana. Buscando simplificar o acesso aos dados de ônibus e metrô, além de informações sobre o trânsito, o 'Metropolis Hadar' se propõe a interagir com as pessoas. "Os dados estão aí, mas queremos tornar eles mais fáceis de ser acessados. Além disso, desenvolvemos um algorítimo que ajudaria a calcular com mais precisão o tempo de rota dos ônibus", diz o desenvolvedor, Rafael Rocha.

Vindo do Ceará, o projeto 'E-Lixo Sustentável' se assemelha ao vencedor do Desafio. A proposta é de facilitar a coleta de informações do lixo eletroeletrônico. como computadores e televisões, a partir das redes sociais e de dispositivos eletrônicos com acesso a internet - ou seja, gerenciar a cadeia de logística reversa. "Existem algumas cadeias de logística reversa no Brasil que já são economicamente viáveis. O que queremos é tornar a cadeia o mais lucrativa possível, poder amenizar o problema do descarte", detalha Sérgio Moreira.

Para incentivar a população, seria emitido um vale, que poderia ser utilizado como moeda de troca depois. "Essas são iniciativas que já existem e funcionam no mundo. Na Noruega já acontece de você receber e trocar por produtos no mercado", explica Rose Moreira, que também fez parte do desenvolvimento do 'E-lixo Sustentável'.
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