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Ratificação de decisão do CNJ já era esperada, afirma Perri

Da Redação/Alline Marques

O ex-corregedor geral do Tribunal de Justiça, desembargador Orlando Perri, responsável por denunciar um esquema de fraude no Judiciário de Mato Grosso, informou que ainda não tomou conhecimento sobre a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, de ratificar a abertura do processo no Conselho Nacional de Justiça que investiga magistrados do Estado, porém a deliberação já era esperada.

“Eu fiz o meu trabalho e o que cabia à Corregedoria, agora cabe ao CNJ tomar a decisão que achar melhor. É o CNJ que vai decidir”, afirmou em entrevista ao Olhar Direto.

Perri não disfarça a irritação quando o assunto é a alegação do juiz Marcelo Souza Barros de que as acusações por parte do corregedor estão ligadas à vingança pessoal. “Nunca fui inimigo deles. As decisões tomadas foram na intenção de apurar as denúncias graves que chegaram até a Corregedoria. Posso provar que mantinha um convívio social com eles. Isso é uma grande inverdade”, desabafou.

O desembargador conta ainda que chegou a dividir quarto de hotel com um dos juízes denunciados na Argentina e ainda os convidavam para as festas de aniversário. “Será que iria dormir com o inimigo ou convidar um inimigo para meu aniversário?”, questiona.

Porém, admite que atualmente as relações foram cortadas. “Parece que as coisas no país são sempre assim. Quando se apura fatos é sempre por vingança. É como tem acontecido com o caso da Yeda Crusius (PSDB) (governadora do Rio Grande do Sul) e da Câmara de Cuiabá”, destacou Orlando Perri ao citar outros casos em que os denunciantes são acusados de agir por vingança.

O ex-corregedor denunciou um esquema que visou socorrer membros de uma loja maçônica que foram prejudicados financeiramente pela quebra da Cooperativa de Crédito de Poconé – Sicoob Pantanal. Segundo a acusação, o dinheiro saiu dos cofres do tribunal.

Serão investigados os desembargadores Mariano Travassos, atual presidente eleito do TJ; José Ferreira Leite e Tadeu Cury, ex-presidente e ex-vice-presidente do TJ); ex-presidente da Associação Mato-Grossense dos Magistrados (Amam), Antônio Horácio Neto; e os juízes Irênio Lima Fernandes (homem-forte do atual presidente), Marcelo Souza Barros, Juanita Cruz da Silva Clait Duarte, Maria Cristina Simões, Graciema Ribeiro Caravellas e Marcos Ferreira.
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