Imprimir

Notícias / Política BR

Relator pede abertura de processo para apurar caso Protógenes

G1

O deputado Amauri Teixeira (PT-BA) protocolou nesta quarta-feira (6) parecer no Conselho de Ética da Câmara no qual defende a abertura de processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP).

Teixeira é o relator do procedimento preliminar de investigação instalado pelo conselho no mês passado para apurar a ligação de Protógenes com o ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias Araújo, o Dadá, apontado pela Polícia Federal como integrante da quadrilha de jogo ilegal comandada pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira.

O G1 não conseguiu falar com Protógenes Queiroz até a publicação desta reportagem. Em outras ocasiões, o deputado afirmou que a relação com Dadá era "profissional" e que não conhece Carlinhos Cachoeira.

“Um parlamentar não pode agir como tudo indica tenha agido o deputado Protógenes Queiroz, mantendo relacionamento próximo com um notório contraventor e, pior, o auxiliando diante das investigações levadas a cabo pela Polícia Federal”, afirmou Amauri Teixeira em seu relatório.

A representação contra Protógenes, que é integrante da CPI do Cachoeira, foi apresentada ao Conselho de Ética pelo PSDB.

Segundo o jornal "O Estado de S. Paulo", a PF captou ao menos seis conversas entre Protógenes, delegado licenciado da Polícia Federal, e Dadá, que atuou junto com o deputado na Operação Satiagraha, que investigou supostos crimes financeiros.

Nos diálogos, Protógenes orienta Dadá sobre como agir contra investigação aberta pela corregedoria da PF sobre falhas da operação, que chegou a levar à prisão o banqueiro Daniel Dantas.

Em entrevista, na tarde desta quarta (6), Amauri Teixeira afirmou haver “indícios” que justifiquem a abertura do processo por quebra de decoro e o “aprofundamento” das investigações. Ele destacou, contudo, que as conversas telefônicas gravadas pela PF e reveladas até o momento não são suficientes para condenar o parlamentar.

“O conteúdo é muito vago, essas gravações citadas pelo PSDB. Não quer dizer que não há outras gravações. Nós vamos investigar outros documentos que foram encaminhados e que até agora ainda não foram manipulados pela CPI. O que existe é muito frágil para um voto por quebra de decoro. O que existe justifica apenas aprofundar as investigações, afirmou.
Imprimir