Imprimir

Notícias / Cidades

Técnicos do Júlio Müller param internações a partir desta quarta

Da Redação - Renê Dióz

Os servidores técnicos do Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM), vinculado à Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), decidiram entrar em greve e encerrar as internações na unidade a partir desta quarta-feira (13). A medida foi deliberada na tarde de hoje em assembleia geral dos técnicos, em conformidade com o movimento nacional da categoria dos servidores técnicos das universidades públicas brasileiras.

De acordo com a coordenadora-geral do Sindicato dos Técnicos da UFMT (Sintuf), Ana Bernadete Almeida Nascimento, a decisão pela redução do atendimento no HUJM foi unânime entre os técnicos profissionais de saúde que atuam na unidade.

A medida não afeta as pessoas já internadas no hospital, mas dificulta as internações a partir de agora. Segundo a sindicalista, no período de greve, toda demanda por internação primeiro passará por uma tentativa de encaminhamento a outra unidade e depois por uma avaliação específica antes de ser admitida.

De qualquer maneira, a intenção dos profissionais é pressionar o governo federal – neste e em outros 31 hospitais universitários do país – reduzindo o contingente de trabalhadores da área técnica até os 30% obrigatórios determinados por lei para greves de profissionais da saúde.

Governo federal

A adesão à greve está calcada na revolta dos servidores com os efeitos da Medida Provisória 568 (MP 568), responsável por reduzir pela metade o valor dos vencimentos aos médicos do serviço técnico e por fixar o valor do adicional por insalubridade em vez de estipulá-lo em percentual. Cerca de 50 médicos atuam como técnicos no HUJM.

Outro motivo é a institucionalização da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) na gerência dos recursos financeiros dos hospitais universitários das instituições federais de ensino. Conforme decreto presidencial, a Ebserh, vinculada ao Ministério da Educação (MEC) e sediada em Brasília, constitui-se como empresa pública de personalidade jurídica de direito privado e patrimônio próprio.

A criação da empresa foi uma forma de tentar viabilizar uma gestão mais dinâmica aos hospitais vinculados ao MEC, especialmente pela possibilidade de extinguir a necessidade dos numerosos processos licitatórios que atualmente atravancam a administração já burocrática de várias unidades. Contudo, na visão do Sintuf, esta gestão com foco na produtividade está sendo imposta e carrega sérios riscos às condições de trabalho dos técnicos e, consequentemente, à qualidade do serviço em hospitais como o Júlio Müller.




Atualizada às 18h55
Imprimir