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Crise financeira não será 'gargalo' da Rio+20, afirma governo brasileiro

G1

O governo brasileiro considera que a crise econômica mundial pode atrapalhar as negociações da Rio+20, que terá início nesta quarta-feira (13), no Rio de Janeiro, porém, não considera o assunto um gargalo.

Em entrevista coletiva realizada no Riocentro, área que até o dia 22 de junho pertence à Organização das Nações Unidas (ONU) e sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, os ministros de Relações Exteriores, Antônio Patriota, e do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, consideram que países financiadores de projetos sustentáveis foram prejudicados por distúrbios financeiros, mas nem por isso a Rio+20 será um fracasso.

“A crise pode atrapalhar numa mobilização a curto prazo para soluções, por exemplo, de meios de implementação, por exemplo, de transferências de recursos. Alguns países com longa tradição em financiar projetos de sustentabilidade estão submetidos à crise e reveem suas carteiras de financiamento. Mas isso é um debate que os próprios negociadores estão encaminhando”, disse Izabella.

Segundo Patriota, encontrar uma solução para a crise será tema central do encontro do G-20, que reúne os países mais desenvolvidos do mundo, realizado no México dias antes do segmento de alto nível da Rio+20. “Mas devemos lembrar que, há 20 anos [na Rio 92], existia uma crise que afetava o mundo em desenvolvimento”, explicou.

Reunião pré-conferência
Os ministros, juntamente com Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, se reuniram na tarde desta terça para o último encontro do Comitê Nacional de preparação da Rio+20, que debateu desde 2011 a logística do encontro internacional. Segundo Patriota, 8 mil pessoas já retiraram suas credenciais no Riocentro (a expectativa inicial do Itamaraty é de reunir até 50 mil pessoas no encontro.

Os ministros deram mais detalhes sobre as negociações, cujo andamento foi informado pelo embaixador Luiz Alberto Figueiredo, negociador-chefe do Brasil. De acordo com Izabella Teixeira, o governo brasileiro vai priorizar a discussão dos meios de financiamento de uma economia verde, além dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável – que substituiriam as Metas do Milênio, que expiram em 2015.

“Queremos fortalecer as conquistas e não retroceder naquilo já conquistado na Rio 92, como a questão das responsabilidades comuns, porém diferenciadas”, disse Izabella. Ela mencionou ainda que o assunto oceanos também se tornou prioridade nas negociações.

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