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Conselho de Ética adia decisão sobre processo contra Protógenes

G1

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados adiou para o dia 4 de julho a decisão sobre a abertura ou não de processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP). Em reunião do Conselho nesta quarta-feira (13), o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) pediu vista do parecer elaborado pelo relator Amauri Teixeira (PT-BA).

O procedimento preliminar de investigação foi instalado pelo Conselho de Ética no mês passado para apurar a ligação de Protógenes com o ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias Araújo, o Dadá, apontado pela Polícia Federal como integrante da quadrilha de jogo ilegal comandada pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Na semana passada, o deputado do PT Amauri Teixeira recomendou, em seu parecer, a abertura de processo contra Protógenes, para "aprofundar" as investigações sobre sua ligação com Dadá. A representação, pedindo a abertura de processo, foi apresentada pelo PSDB.

Nesta quarta, Carlos Sampaio (PSDB-SP) pediu vista e alegou que precisa analisar melhor o caso. Ele disse que esteve afastado dos trabalhos da Comissão de Ética por um mês e meio, em virtude dos trabalhos da CPI do Cachoeira.

Mesmo com parecer favorável à abertura de processo por um deputado do PT, o líder do partido, Jilmar Tatto (SP) foi à comissão e defendeu que o processo não fosse aberto, contrariando a posição do relator Amauri Teixeira.

Antes, o deputado Sibá Machado (PT-AC) também se manifestou contra a abertura do processo. Ele apresentou voto em separado, para substituir o relatório de Teixeira. Para Machado, não existe vínculo entre o teor das conversas sobre a Satiagraha e o esquema de jogo ilegal de Cachoeira. Sibá Machado afirmou que "coloca a mão no fogo" por Protógenes.

Recuo
Questionado sobre o recuo do PSDB, Teixeira disse que ação de Carlos Sampaio faz parte de um "jogo político" para atrasar os trabalhos do Conselho e manter sob foco da imprensa desconfianças sobre a conduta de Protógenes. "O objetivo da representação [do PSDB] não é apurar, mas sim desestabilizar, trazer um desgaste desnecessário para o investigado".

Segundo o jornal "O Estado de S. Paulo", gravações da PF mostram ao menos seis conversas em que Protógenes orienta Dadá sobre como agir contra investigação aberta pela corregedoria da PF sobre falhas da Operação Satiagraha, que investigou supostos crimes financeiros envolvendo o banqueiro Daniel Dantas.

Protógenes diz que a relação com Dadá era "profissional" e que não conhece Cachoeira.
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