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Rombo na conta única da Fazenda de MT pode superar os R$ 100 milhões

Da Editoria - Marcos Coutinho/Da Redação - Lucas Bólico

Relatório confidencial do governo do Estado sobre os esquemas de desvio de recursos na Secretaria de Fazenda (Sefaz), da Conta Única, aponta um rombo de ao menos R$ 100 milhõe, ao invés de R$ 12,9 milhões, como inicialmente havia sido apontado pela Delegacia Fazendária. O esquema foi possibilitado por supostas deficiências no BB PAG.

“Detectamos um rombo nove vezes maior do que o observado inicialmente, o que nos deixa muito preocupados. A lesão aos cofres públicos estaduais pode ser irreparável se a investigação não for mais a fundo e mais criteriosa”, declarou uma fonte do setor fazendário.

A polícia trabalhava com a possibilidade de rombo de R$ 12,9 milhões com base em análise da Auditoria-Geral do Estado (AGE). No entanto, conforme o Olhar Direto antecipou no dia primeiro de junho, relatório complementar a ser entregue pelo mesmo órgão ou pela Sefaz vai 'engrossar' os números apresentados.

Preliminarmente, as investigações da Delegacia Fazendária apontam que mais de trinta pessoas foram beneficiadas com dinheiro desviado da Conta Única do Estado entre os anos de 2007 e 2011, por meio de pagamentos ilícitos feitos através do sistema BB PAG.

No último dia 13, o governo estadual publicou no Diário Oficial ato de exoneração da secretária Adjunta do Tesouro da Secretaria de Fazenda, Avaneth Almeida das Neves, suspeita de envolvimento no esquema. Ela era considerada uma das principais articuladoras do esquema, pois assinava as liberações fraudadas de crédito da Conta Única. As autorizações teriam beneficiado inclusive parentes e pessoas ligadas a servidores fazendários.

“O rombo de mais de R$ 12 milhões envolve apenas alguns servidores e terceiros pessoa física, mas também há envolvimento de empresas no total do montante desviado, além deste valor já detectado e tornado público”, informou uma segunda fonte, da Casa Civil.

De acordo com as mesmas fontes, o relatório "ampliado", que confirma participação de empresas, é mais “bombástico” do que se supunha porque pode confirmar o envolvimento de empresas em nomes de laranjas ou de fachadas.

Para o Olhar Direto, o secretário de Fazenda, Edmilson dos Santos, confirmou há pouco que, de fato, os valores apurados podem maiores do que o detectado preliminarmente. Apesar da confirmação, o titular da pasta fazendária não quis das mais detalhes sobre o valor total desviado.

Considerada a principal articuladora do esquema dentro da Sefaz, a ex-coordenadora de controle da conta única no Estado, Magda Curvo Muniz, encontra-se em liberdade. Ela foi solta no último dia 25 de maio. Ela só ficou dois dias detida.

Magda teve mandado de prisão temporária decretado pelo juiz José de Arimatéia no âmbito da Operação Vespeiro. Como o mandado não foi cumprido no dia, Magda era considerada foragida até a manhã do dia 23 de maio, quando se apresentou na Delegacia Fazendária (Defaz) em Cuiabá para ser interrogada pela delegada Cleibe Aparecida de Paula.

Irmão de Magda, o contabilista Silvan Curvo confessou também participar do esquema de desvio de verba junto a ela. Silvan admitiu ter atuado no desvio de R$ 6 milhões e ter cooptado 11 pessoas para servirem como beneficiárias e laranjas.


Atualizada às 19h/Primeira atualização às 21h45
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