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Presidente diz que novo partido é 'ambientalista sem radicalismo'

G1

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou na noite da terça-feira (19) a criação do Partido Ecológico Nacional, o PEN. Com isso, o Brasil passa a ter 30 partidos oficialmente constituídos. A legenda, no entanto, não poderá participar das eleições municipais deste ano, já que, de acordo com as regras do TSE, o partido precisa ser criado um ano antes de um pleito para poder entrar na disputa. O número do PEN nas urnas será o 51.

De acordo com o presidente nacional do PEN, Adílson Barros, o novo partido vai defender o crescimento sustentável, "mas sem radicalismos". " Somos a favor da produção, da indústria, da geração de empregos, mas sempre respeitando o meio ambiente. Não achamos que só se deva plantar árvore e só comer folha", disse.

Sobre o Código Florestal, Adílson disse que o partido é contrário à proposta atual, não só no que diz respeito à MP do executivo sobre o tema como também com relação ao texto que saiu do Congresso. Para Adílson, "a lei brasileira que disciplinava a preservação ambiental era mais eficiente do que o novo Código".

Na página do PEN na internet estão algumas ideias gerais defendidas pelo partido, como: redução de emissão de gases do efeito-estufa nas grandes cidades; ncentivo ao reaproveitamento e reciclagem de materiais; criação de varas ambientais especializadas e definição de regras para a aplicação do Código Florestal em áreas urbanas.

Sobre a semelhança de propostas entre o PEN e o Partido Verde, o presidente Adílson Barros disse que o país tem necessidade de mais uma legenda voltada para a questão ambiental. "Partidos trabalhistas, temos um bocado, PT, PTB, PT do B.... Por que não podemos ter também mais de um do segmento sustentável?", questiona.

Para Adílson, cerca de 10 a 15 deputados federais estariam interessados em torcar seus partidos pelo PEN. "Seríamos a décima bancada do país", comemora. De acordo com o presidente da nova legenda, só depois que a bancada nacional estiver formada o partido vai decidir se vai ser base ou oposição do governo Dilma.

A criação de mais um partido político no país traz à tona outra vez a discussão sobre a quantidade de legendas no país. Para o cientista político Leonardo Barreto, que faz estudos sobre o sistema partidário brasileiro em parceria com a Universidade de Brasília, o problema não está na criação de partidos em si, mas no fato de todos terem acesso ao fundo partidário. "Criação de partidos é algo democrático. Mas entendo que o acesso deles ao dinehiro público deveria estar condicionado a alguma comprovação de enraizamento na sociedade, como resultados obtidos nas eleições. Hoje temos uma série de partidos com representação insignificante e que têm acesso aos recursos. Aí vira negócio", afirma.

O cientista político também fala sobre a falta de identificação de ideologias em um universo partidário tão vasto. " O eleitor não consegue fazer processo de diferenciação de um aprtido para o outro, porque são muitos e, em muitos casos, não têm significação nenhuma", disse Leonardo Barreto.
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