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Empresário irá se entregar após tratamento, diz defesa de fundador da Gol

Folha Online

A defesa de Nenê Constantino, 78, fundador da Gol, afirmou nesta sexta-feira que o empresário irá se apresentar à Justiça após passar por tratamento médico. A Justiça ordenou ontem a prisão de Constantino, após pedido do Ministério Público. Policiais foram deslocados Brasília para São Paulo sua busca.

Constantino havia sido indiciado, no fim de 2008, sob a acusação de ser o mandante do assassinato de um líder comunitário em 2001. O empresário é pai de Constantino de Oliveira Júnior, presidente da companhia aérea, e foi presidente do Conselho de Administração da Gol.

Em nota, o advogado do empresário, Marcelo Bessa, disse que seu cliente encontra-se "em tratamento médico e se apresentará à Justiça tão logo tenha condições de saúde para tal". O defensor também entrou por volta das 13h de hoje com um pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça do Distrito Federal.

Bessa não soube especificar o motivo do tratamento médico. Cristiane Constantino Foresti --filha do fundador da Gol e mulher de Victor Foresti-- disse que Nenê e a mulher foram para São Paulo, na manhã de ontem, para um exame de rotina.

O crime

De acordo com a polícia, Márcio Leonardo de Souza Brito liderava um grupo de 30 famílias que ocupavam um terreno em Taguatinga pertencente à viação Planeta e foi assassinado para facilitar a retirada dos invasores. Testemunhas relataram ameaças de Constantino aos ocupantes entre 1999 e 2001.

Em dezembro do ano passado, poucos dias depois do primeiro indiciamento pela morte de Brito, a polícia voltou a indiciar Nenê Constantino. Desta vez, suspeito de ser o mandante de um outro homicídio e de uma tentativa de assassinato. Constantino nega envolvimento nos crimes.

Outro lado

Os advogados de Nenê Constantino negam o envolvimento do empresário com os dois assassinatos e a tentativa de homicídio que a Polícia Civil do Distrito Federal atribui a ele.

Em dezembro de 2008, a defesa do empresário divulgou nota que dizia que "os referidos inquéritos policiais não contêm qualquer indício que possa sustentar a conclusão a que chegou a autoridade policial, conforme será demonstrado, de forma incontroversa, na oportunidade processual adequada".

Na época, os advogados diziam que o empresário tinha confiança na decisão da Justiça e que ele "produzirá a sua defesa, com a firme e inabalável convicção de que, ao final, restará comprovada sua inocência". Os advogados ainda classificavam como "absurdas" as suspeitas de envolvimento do empresário com o crime.
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