A chegada de Ronaldinho Gaúcho ao Atlético-MG foi relâmpago. A estreia em casa, no entanto, não foi tão rápida. As primeiras partidas foram contra Palmeiras e São Paulo, ambas na capital paulista. Depois de dois jogos fora, chegou a vez de o torcedor de Belo Horizonte acompanhar de perto o astro. R49 e o Galo enfrentarão o Náutico neste sábado, às 21h (de Brasília), no estádio Independência.

- Espero que tudo dê certo. Sou muito positivo e penso dessa forma. Estou ciente de que vou encontrar muitas dificuldades, contra uma equipe que vai complicar para nós, mas mantenho o pensamento positivo de que tudo vai dar certo, que vai ser o primeiro jogo diante da torcida, com uma boa vitória.

Acerto e vontade de acabar com jejum

No meio do futebol, boa parte das negociações entre jogadores e clubes tende a demorar alguns dias. No caso de um astro, como Ronaldinho Gaúcho, as conversas podem se arrastar por semanas, como ocorreu com ele próprio em seu retorno ao futebol brasileiro. Mas para deixar o Flamengo e aparecer no Atlético-MG, o acordo foi costurado rapidamente. Ele explica como foi.

- Começou pelo treinador, que eu já conhecia desde criança, já que Cuca tinha jogado com meu irmão Assis. Depois, conheci o presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, uma pessoa muito direta. Nos demos muito bem, desde a primeira conversa. Isso me fez vir até aqui e, quando cheguei, dei de frente com toda essa estrutura, que, para mim, se não for a melhor, está entre as melhores do Brasil. Isso tudo me fez sentir bem e confiante para esses seis meses.

Se Ronaldinho está confiante, desde sua contratação os torcedores alvinegros passaram a ficar um pouco mais otimistas com relação à conquista de um título que não chega há 41 anos. R49 alimentou essa esperança e falou em ano especial para o Atlético-MG.

- Vejo o Atlético-MG com um grupo de jogadores que tem condição de fazer algo muito importante nesse campeonato, nesses seis meses que temos. Posso dizer que em todas as posições temos pelo menos dois jogadores em um nível bom. Temos um bom plantel. Temos um treinador que conhece muito bem os jogadores. Desde que cheguei, o torcedor ficou mais motivado. Nos dois últimos anos, os jogadores que estavam aqui sofreram muito no Campeonato Brasileiro. Como começamos bem a competição, deu uma motivação. Por isso, acho que esse ano o Atlético-MG tem tudo para dar alegria ao torcedor.

Ansiedade de campeão

Consagrado mundialmente com títulos por clubes e pela Seleção Brasileira, além de conquistas individuais, como as de melhor jogador do planeta em 2004 e 2005, Ronaldinho não se sente pressionado pelo fato de sempre ser o centro das atenções. Mesmo assim, confessou certa ansiedade para a partida deste sábado.

- Acho que sempre procuro entrar e me divertir. Não imagino alguma coisa diferente, ter que fazer algo diferente, mas lógico que, em uma estreia, depois de tudo que já vivi no futebol, se cria uma expectativa muito grande. Mas a partir do momento em que começa o jogo, esqueço tudo e quero fazer o melhor, fazer com que a equipe vença para dar alegria ao torcedor. Essa ansiedade é só até a hora que o juiz apitar.

Mesmo com o objetivo de dar alegria ao torcedor atleticano, Ronaldinho não imagina como será o primeiro gol com a camisa do Galo. Ele prefere se concentrar nos passes certeiros para os companheiros marcarem.

- Nunca planejo o primeiro gol, sempre procuro pensar no que tenho que fazer, que é dar os passes para gols. Se fizer, vai ser a noite perfeita para mim, mas penso primeiro no grupo e planejo sempre deixar os atacantes em condições de fazerem o gol.