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Gol e redenção ajudam, mas não garantem permanência de Valdivia

Globo Esporte

Há duas semanas, Valdivia sofria um sequestro-relâmpago ao lado de sua mulher e via de perto o retrato da criminalidade em São Paulo. Nesta quinta-feira, porém, aquele Mago assustado e pálido deu lugar a um jogador vibrante, que com 31 minutos em campo resolveu o jogo contra o Grêmio, garantiu o empate por 1 a 1 e a classificação à final da Copa do Brasil. A redenção foi completa, com choro, idolatria da torcida e abraços dos companheiros de equipe. Mas sua permanência no clube segue como uma incógnita.

Mais calmo depois do êxtase do gol, Valdivia passou quase uma hora dentro do vestiário, raspou o bigode e foi dar entrevistas de “cara limpa”. O assunto principal, além do jogo, foi a interrogação a respeito de seu futuro. O Mago disse estar “vivendo o momento”, mas manteve a postura nebulosa.

– Disse ao César Sampaio (gerente de futebol) que estou em cima do muro. Por um lado tenho essa dívida de gratidão com o Palmeiras, quero um título e tenho recebido muito carinho. Por outro tem o meu suporte, minha família, que está no Chile e não quer mais voltar. Vamos ver, por enquanto quero viver esse momento, a classificação, o grupo unido. Há tempos eu queria viver momentos como esse – afirmou Valdivia.

A classificação à decisão assegurou tranquilidade por mais algumas semanas, já que Valdivia assegurou que ficaria no clube até o fim da participação na Copa do Brasil. O presidente Arnaldo Tirone admite que há sondagens de clubes estrangeiros e pode conversar depois da competição nacional. Se a campanha terminar com título, melhor, já que a valorização do Mago seria maior.
Por enquanto quero viver esse momento, essa classificação. Há tempos eu queria viver coisas assim"
Valdivia

– Temos de entender que o Valdivia foi vítima de um atentado, foi agredido e está assustado. Hoje, colocou o Palmeiras na final. Amanhã não sei. Ele já teve propostas e não quis ir embora, hoje tem outras sondagens, mas o valor dele é elevado e duvido que alguém pague, pelo menos neste primeiro momento – explicou Tirone.

– Depois da Copa do Brasil vamos conversar. Não dá para assegurar que ele fica – completou.

O técnico Luiz Felipe Scolari acredita na permanência de seu camisa 10, que foi decisivo como não havia sido em quase dois anos de Palmeiras. Seu melhor momento com a camisa do clube veio justamente depois do trauma.

– O Valdivia nunca nos disse que queria sair. Ele disse o quanto se sentiu mal com aquela situação. A esposa ficou traumatizada. Mas o gol e tudo aquilo que os jogadores passam a ele de sentimento faz com que ele repense um pouco. Acho que tudo isso ajuda – opinou o técnico.
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