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CPI do Cachoeira retoma investigação sobre governos de GO e DF

Reuters

A CPI do Cachoeira retorna aos trabalhos nesta semana e deve aprofundar as investigações sobre o envolvimento de membros do governo de Goiás e do Distrito Federal com Carlinhos Cachoeira, preso desde fevereiro acusado de controlar um esquema de jogos ilegais.


As audiências públicas da CPI foram suspensas na semana passada sob o argumento de que as atenções dos parlamentares estariam voltadas para a Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.


A interrupção dos trabalhos também acabou atendendo a interesse de parlamentares da Região Nordeste, que compareceram às tradicionais festas juninas em seus Estados.


Sem sessões no Congresso, o relator da comissão, deputado Odair Cunha (PT-MG), fez um périplo pelos órgãos públicos que ainda não tinham enviado as informações solicitadas pela CPI mista.


Ele também foi até a 11a Vara de Justiça de Goiás e conseguiu, finalmente após dois meses de funcionamento da CPI, cópia de todo o inquérito da operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que serve de matéria-prima para as investigações parlamentares.


NOVAS CONVOCAÇÕES


Somente na semana passada a comissão recebeu os dados dos sigilos bancário e fiscal da construtora Delta, mas ainda incompletos. Segundo a PF, Cachoeira seria um sócio oculto da empreiteira.


Com essas informações, o relator pretende construir uma linha de investigação que terá início pela relação de membros dos governos de Goiás e do Distrito Federal, segundo relato de uma fonte próxima a Cunha, que pediu para não ter seu nome revelado.


Essa fonte disse à Reuters que o relator está elaborando em conjunto com policiais federais uma lista de alvos que devem ser investigados pela CPI.


Nessa lista figuram o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), pessoas de seu governo e membros da administração do Distrito Federal, como o ex-chefe de gabinete do governador Agnelo Queiroz (PT), Cláudio Monteiro.


Seguindo a linha do relator, a comissão ouve na terça e na quarta pessoas que podem colaborar com as investigações da ligação de Cachoeira com o governo goiano.


Contudo, assim como em depoimentos anteriores de pessoas convocadas na condição de testemunhas, os parlamentares têm que contar com a disposição dos depoentes em falar algo, já que eles podem se recusar a responder usando um dispositivo constitucional.


Na quinta-feira, será a vez da CPI ouvir pessoas ligadas ao governo do Distrito Federal e que, segundo a PF, mantinham contato com pessoas com laços com Cachoeira. Entre os convocados está Monteiro.


A expectativa do relator da CPI, segundo seus assessores, é que na próxima semana -a última antes do recesso parlamentar-também sejam colhidos mais depoimentos, que ainda serão definidos pela comissão.
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