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Dois depoentes da CPI do Cachoeira devem ficar em silêncio nesta terça

G1

Dois depoentes obtiveram decisões favoráveis do Supremo Tribunal Federal (STF) e devem ficar em silêncio no depoimento marcado para esta terça-feira (26) na CPI mista que investiga as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados.

Estão marcados os depoimentos de três pessoas ligadas à venda da casa do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), na qual Cachoeira foi preso durante a Operação Monte Carlo, no fim de fevereiro. A Polícia Federal suspeita que o imóvel tenha sido comprado indiretamente pelo contraventor, mas, em depoimento à CPI, o governador afirmou que não tinha conhecimento sobre o envolvimento de Cachoeira.

Obtiveram habeas corpus para ter o direito de ficar em silêncio o ex-assessor de Perillo Lúcio Fiúza Gouthier, que, segundo depoimento de uma testemunha, teria recebido o valor pago pela casa e Écio Antônio Ribeiro, um dos sócios da empresa Mestra Administração e Participações, em nome da qual a casa foi registrada.

A decisão que beneficia Lúcio Gouthier foi concedida pela ministra Rosa Weber e a que beneficia Écio Ribeiro é do ministro Cezar Peluso. Os depoentes pediram ainda - o que foi autorizado - o direito de serem acompanhados por seus advogados e de não serem submetidos à assinatura de termo de compromisso para dizer a verdade. O benefício é concedido para evitar que uma pessoa produza provas contra si mesma.

Também falará Alexandre Milhomen, arquiteto responsável pela reforma da residência.

Outros depoimentos
Na quarta (27), a CPI vai ouvir três pessoas ligadas ao governador de Goiás: Jayme Eduardo Rincón, ex-tesoureiro da campanha de Perillo e atual presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras Públicas (Agetop), citado em escutas da PF; Eliane Gonçalves Pinheiro, ex-chefe de gabinete de Marconi Perillo que pediu demissão após divulgação de escutas em que recebeu informações privilegiadas do grupo de Cachoeira; e o jornalista Luiz Carlos Bordoni, que afirmou ter recebido valores referentes ao trabalho na campanha de Perillo em 2010 da Alberto & Pantoja. Segundo a PF, trata-se de uma empresa fantasma que recebia recursos repassados pela construtora Delta e que abastecia o grupo de Cachoeira.

Jayme Rincón e Eliane Gonçalves já haviam sido convocados antes pela CPI. Ele alegou problemas de saúde e ela, além de afirmar que teve um "colapso nervoso", obteve decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para ficar em silêncio.

Nesta quinta (28), os depoimentos serão de pessoas ligadas ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). Serão ouvidos Cláudio Monteiro, ex-chefe de gabinete do governador do DF que teve o nome citado por pessoas do grupo de Cachoeira; Marcello de Oliveira Lopes, o Marcelão, que pediu exoneração do cargo de assessor da Casa Militar do DF após divulgação de sua ligação com pessoas do grupo do bicheiro; e João Carlos Feitoza, o Zunga, que deixou a Fundação de Amparo ao Preso após denúncia que recebeu dinheiro do grupo do bicheiro.

Monteiro obteve habeas corpus para ficar em silêncio. Em depoimento à CPI, Agnelo defendeu o ex-chefe de gabinete e negou ter conhecimento de envolvimento de servidores de seu governo com o esquema do bicheiro.
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