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Berlusconi diz que pode ir ao Parlamento explicar relação com jovem

Folha Online

O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, 72, disse neste sábado que planeja explicar ao Parlamento sua relação com a jovem Noemi Letizia, de 18 anos, uma das causas de seu recente divórcio.

"Se vou explicar ao Parlamento minhas relações com Noemi Letizia? Sim, penso em ir até eles, estou refletindo", disse o líder italiano à TV romana.

O escândalo teve início há três semanas, quando Veronica Lario, esposa de Silvio Berlusconi, anunciou o pedido de divórcio, após a presença do marido na festa de aniversário de Noemi, de apenas 18 anos.

"Não posso continuar com um homem que frequenta menores", disse Veronica Lario, enquanto Berlusconi rejeitava a acusação e atribuia tudo a um complô da esquerda, um mês antes das eleições européias.

Segundo o líder italiano, a jovem Noemi é apenas uma boa amiga.

Neste sábado, Berlusconi reafirmou que tudo não passa de um complô de seus adversários, mas destacou que não pretende ir ao Parlamento agora.

Vários dirigentes da oposição têm pedido a presença de Berlusconi no Parlamento para esclarecer a questão, já que a imprensa acusa o chefe de governo de mentir sobre o caso.

O jornal de esquerda "La Repubblica" fez uma investigação e encontrou contradições entre as declarações de Berlusconi e de outros envolvidos no caso, inclusive a própria Noemi.

Moção de censura

Em outro problema para o primeiro-ministro, o partido opositor Itália de Valores (IDV), liderado por Antonio di Pietro, anunciou neste sábado que apresentará na próxima terça-feira no Parlamento italiano uma moção de censura contra Berlusconi, por seu suposto envolvimento no caso do advogado inglês David Mills.

Em comunicado à imprensa, Di Pietro --que nos anos 90 foi juiz do chamado processo "Mãos Limpas" contra a corrupção política na Itália-- justifica esta decisão ao alegar que Berlusconi, segundo ele, não é digno de representar o país.

O caso Mills voltou a ganhar repercussão depois de a Justiça italiana ter publicado as motivações que levaram, em fevereiro deste ano, a condenar o advogado inglês a 4 anos e 6 meses de prisão por receber dinheiro para mentir em seu testemunho em um julgamento para não punir Berlusconi e sua empresa Fininvest.

O próprio Berlusconi sofre acusações pelo mesmo caso, embora o processo tenha sido adiado à espera do pronunciamento do Tribunal Constitucional, após a aprovação em 2008 de uma lei que dá imunidade aos ocupantes dos quatro cargos mais altos do Estado italiano, entre eles o de chefe do Executivo.

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