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Onze morrem durante tumulto em festival no Marrocos
Folha Online
Um tumulto durante a saída de um concerto na capital Rabat provocou a morte de 11 pessoas, entre elas dois menores de idade, enquanto outras dezenas de pessoas ficaram feridas. O diretor do hospital local, Yasser Sefiane, declarou que a maioria das mortes ocorreu por asfixia e politraumatismo: as vítimas foram cinco mulheres adultas, quatro homens e dois adolescentes.
Uma multidão calculada em 70 mil pessoas lotou o estádio Hay Nahda para assistir ao show da popular cantora marroquina Abdelaziz Stati, por ocasião do tradicional festival Mawazine, onde a cantora brasileira Daniela Mercury já se apresentou no ano passado.
"Somente havia uma porta aberta, a principal, e quando acabou o concerto toda as pessoas se dirigiram para ela. Uma espécie de vala se abriu e os espectadores começaram a cair um sobre os outros", afirmou a testemunha Yusef Hamdun, 24, à agência Efe, ao sair do hospital com ferimentos na perna direita.
Pelo menos dez espectadores ainda estão hospitalizados sendo que três devem ser operados ainda hoje.
O Ministério do Interior informou que vai ser aberta uma investigação para determinar as circunstâncias do acidente, que deixou de luto a oitava edição do festival, que já atraiu artistas como Kylie Minogue, Ennio Morricone e Alicia Keys.
O festival é um dos cada vez mais numerosos espetáculos que governos de países africanos têm criado para promover uma imagem de tolerância e modernidade das nações muçulmanas do norte do continente.
Mawazine é patrocinado pelo rei Mohammed, com o objetivo de dinamizar a vida cultural de Rabat e barrar a influência crescente de seus opositores islâmicos, que denunciam esses festivais como eventos que encorajam comportamentos imorais. Eles argumentam que o dinheiro seria melhor gasto na criação de empregos.