Imprimir

Notícias / Meio Ambiente

Energia solar sinaliza viabilidade com incentivos, diz EPE

Terra

A geração solar de eletricidade, que tem participação marginal na matriz energética brasileira, começa a dar sinais de viabilidade no Brasil, embora não seja totalmente competitiva, apontou estudo da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) divulgado nesta terça-feira.

A energia solar como geração distribuída, instalada diretamente em residências, seria viável se baseada na concessão de incentivos, segundo a EPE. Já a geração centralizada, aquela de usinas que teriam sua energia a ser contratada em leilões, ainda não apresenta viabilidade quando se compara com o preço das demais fontes. "Se contratar, será muito mais por uma questão política, de tecnologia", disse o presidente da EPE, Mauricio Tolmasquim.

No geral, os preços da energia solar vêm em trajetória de queda no mundo. O valor dos painéis solares corresponde a 25 por cento do que há dez anos. Considerando o sistema completo, o preço caiu pela metade em cinco anos. "A perspectiva é que continue a cair", disse Tolmasquim.

Entre as vantagens do Brasil para a energia solar estão os altos índices de insolação e a baixa variação média do sol ao longo do ano - comparando-se com a sazonalidade das fontes hídrica, eólica e biomassa.

Num cenário base, os estudos da EPE mostraram que o custo nivelado de geração solar de uma residência com sistema que produz 5 quilowatts-hora pico (kWp) é de 602 reais por megawatt-hora (MWh). O investimento inicial foi projetado em 38 mil reais e a vida útil do sistema seria de 20 anos.

Com esse preço, a EPE verificou que a energia solar é viável - mais barata que a tarifa residencial - em 10 distribuidoras, com mercado potencial de até 15% da demanda residencial nacional.

Considerando isenção fiscal e incentivo que devolve ao consumidor parte do investimento via redução de Imposto de Renda, o custo nivelado de geração seria de R$ 409 por MWh, viável em 60 das 63 distribuidoras do País - um mercado potencial de até 98% do consumo residencial. Para comércio e indústria, os parâmetros são outros, já que o preço da energia para esses setores são inferiores ao das residências.

Usina solar inviável
Para a geração centralizada, Tolmasquim destacou que uma usina solar teria custo de R$ 405 por MWh. Esse preço é quase quatro vezes superior ao valor médio da energia contratada no último leilão de energia nova, em dezembro de 2011, de R$ 102,18 por MWh.

No cenário mais otimista com incentivos fiscais e juros menores, o preço da energia solar na usina cairia para R$ 302 por MWh - ainda longe da viabilidade.

Para Tolmasquim, os resultados podem abrir duas frentes de debate no governo: esperar o preço cair para que a fonte solar possa ser adotada ou buscar medidas específicas para viabilizar a fonte.

O estudo da EPE que veio a público nesta terça-feira foi entregue ao governo em maio. O objetivo é balizar a formulação de uma política para a fonte solar.

Imprimir