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CPI aprova quebra de sigilo de SMS dos governadores Agnelo e Perillo

G1

A CPI do Cachoeira aprovou nesta quinta-feira (5) a quebra do sigilo de SMS dos governadores do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), e de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito também enviará pedido para que o Banco Central envie informações relativas a remessas de dinheiro ao exterior feitas pelos dois governadores, o senador Demóstenes Torres (Sem partido-GO) e a construtora Delta.

De acordo com as investigações da Polícia Federal, a Delta repassou dinheiro para empresas de fachada ligadas a Cachoeira, supostamente usado para pagamento de propina e caixa dois em campanhas.

A CPI quebrou ainda os sigilos bancário, fiscal e telefônico de Eliane Gonçalves Pinheiro, ex-chefe de Gabinete de Perillo. Eliane, de acordo com as investigações da PF, recebeu um telefone exclusivo para se comunicar com Cachoeira, que repassaria a ela informações sigilosas sobre operações policiais.

No início de abril, ela deixou o cargo e, em carta divulgada à imprensa, alegou que o nome dela foi confundido com o de uma outra Eliane. Ela disse ter sido "vítima de um grande equívoco" e que não tinha nada a temer.

A comissão também quebrou os sigilos bancário, fiscal e telefônico de Jayme Rincon, tesoureiro de campanha de Marconi Perillo pelo governo de Goiás, em 2010. Rincon também é presidente da Agência Goiânia de Transportes e Obras Públicas. Segundo as investigações da PF, foram depositados R$ 600 mil pelo grupo de Cachoeira na conta da empresa Rental Frota Ltda., que tem Jayme como um dos sócios

Também terá todos os sigilos quebrados o jornalista Luiz Carlos Bordoni, que afirma ter recebido dinheiro de caixa dois para trabalhar na campanha do tucano. O pagamento, segundo ele, ocorreu tanto em espécie, com R$ 40 mil entregues pelo próprio Perillo, quanto por depósitos de empresa ligada ao contraventor.

Juiz
Outro requerimento aprovado pela CPI pede que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) investigue a relação do juiz Leão Aparecido Alves com Carlinhos Cachoeira. O juiz se declarou "suspeito" para assumir o processo contra o bicheiro na Justiça Federal de Goiás.

No final de maio, o magistrado negou, em nota, que tenha partido dele ou da mulher vazamento de dados sobre as investigações para o bicheiro.De acordo com reportagem do jornal "O Estado de S.Paulo", o juiz Paulo Augusto Moreira Lima - substituto da 11ª Vara - disse em depoimento ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que o grupo de Carlinhos Cachoeira soube da operação Monte Carlo quase um mês antes de ela ser deflagrada.

Moreira Lima foi o magistrado que autorizou a prisão de Cachoeira. Ele pediu para deixar o processo após sofrer ameaças.

Em nota, Leão Aparecido Alves disse que "as informações obtidas pelos acusados na Operação Monte Carlo não partiram de integrantes da Justiça Federal".

Saída do país
A CPI aprovou, por fim, pedido para que Polícia Federal e Receita Federal enviem informações relativas à entrada e saída do território nacional de Cachoeira, da ex-mulher dele, Andrea Aprígio de Souza, do ex-diretor da Delta Centro Oeste, Claudio Abreu, de Wladimir Garcez, Dadá e Geovani Pereira da Silva, apontado como contador do bicheiro.

A comissão também requereu à PF os nomes e números de CPF de todas as pessoas que receberam de Cachoeira aparelhos de Nextel. Segundo a PF, o contraventor distribuiu rádios a pessoas próximas e auxiliares acreditando que esse tipo de comunicação não pode ser gravada.
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