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Demóstenes volta a afirmar que gravações telefônicas foram editadas

G1



O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) voltou a atacar a veracidade das escutas da Polícia Federal, feitas durante a operação Monte Carlo, em que ele aparece em diálogos com integrantes do grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Demóstenes leu relatório de um perito contrarado por ele e que conclui, segundo o senador, que "há robustos indícios de edições" nos áudios da Polícia Federal.

O perito contratado por Demóstenes é Joel Ribeiro Fernandes. Demóstenes passou grande parte da sua fala de hoje lendo o relatório do perito sobre o material da PF. "Nos áudios que ele pesquisou, há profundos indícios de violações", disse Demóstenes. "O perito também concluiu que há provas montadas, que geram transcrições não fidedignas".

Para um plenário quase vazio, Demóstenes insistiu na leitura do relatório que, segundo ele, aponta para manipulação dos áudios. "Não há, no material resultante das escutas telefónicas, uma prova científica que demonstre que o mesmo é autêntico e que está íntegro”, afirmou o senador. “É a palavra do perito: os áudios estão editados”.

A operação Monte Carlo, da Polícia Federal, coloca Demóstenes como suspeito de usar o mandato parlamentar para favorecer os interesses do bicheiro Carlinhos Cachoeira. As gravações telefônicas citadas pelo senador no discurso são usadas pela PF para fundamentar a suspeita.

Nessa semana, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado considerou dentro da lei o relatório do senador Humberto Costa (PT-PE) que pede a cassação do mandato Demóstenes. A cassação vai ser votada na quarta-feira (11).

Esse foi o quarto discurso que Demóstenes fez na tribuna do Senado nos últimos cinco dias. Nos anteriores, o senador criticou o prazo que teve para se defender, considerou ilegal o relatório do senador Humberto Costa e também já tinha colocado em dúvida a veracidade das escutas telefônicas.
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