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Conselho de Ética da Câmara rejeita abrir processo contra Protógenes

G1

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados decidiu não abrir processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP). Por 18 votos a 1, os integrantes da comissão derrubaram o relatório do deputado Amauri Teixeira (PT-BA) pela abertura de processo e decidiram apoiar voto em separado do deputado Sibá Machado (PT-AC).

Protógenes aparece em conversas telefônicas gravadas pela Polícia Federal com o ex-sargento da Aeronáutica Idalberto Matias Araújo, o Dadá, apontado como um dos integrantes da quadrilha de jogo ilegal comandada pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Segundo o jornal "O Estado de S. Paulo", a PF captou ao menos seis conversas entre Protógenes, delegado licenciado da Polícia Federal, e Dadá, que atuou junto com o deputado na Operação Satiagraha. Nos diálogos, Protógenes orienta Dadá sobre como agir contra investigação aberta pela corregedoria da PF sobre falhas da operação, que levou à prisão do banqueiro Daniel Dantas.

Em sua defesa no Conselho de Ética, Protógenes disse que não houve nenhuma “manifestação direta ou indireta” por parte de Cachoeira ou de integrantes da quadrilha que apontasse o envolvimento dele no esquema de jogo ilegal. O deputado afirmou ainda que, quando era delegado da Polícia Federal, teve contatos “profissionais” com Dadá. Ele também lembrou que foi autor de um dos pedidos de criação de CPI para apurar o elo de Cachoeira com políticos e empresários.

De acordo com o voto de Sibá Machado (PT-AC), não existe vínculo entre o teor das conversas sobre a Satiagraha e o esquema de jogo ilegal de Cachoeira. Sibá Machado afirmou ainda que "coloca a mão no fogo" por Protógenes.

Por sua vez, Amauri Teixeira , que teve o relatório derrotado no conselho, defendia o “aprofundamento das investigações” sobre o vínculo de Protógenes com o comparsa de Cachoeira. “Um parlamentar não pode agir como tudo indica tenha agido o deputado Protógenes Queiroz, mantendo relacionamento próximo com um notório contraventor e, pior, o auxiliando diante das investigações levadas a cabo pela Polícia Federal ”, argumentou o petista em seu parecer.

Protógenes comemorou o arquivamento da representação contra ele no Conselho de Ética. "Os conselheiros souberam dar o encaminhamento correto para o caso. A representação surgiu de uma ilação da CPI. Espero que isso sirva de lição para os partidos", afirmou.

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