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Notícias / Gastronomia

Roteiro alentejano tem pousos requintados e alta gastronomia

Revista da Folha

A Herdade da Malhadinha Nova, em Albernôa, no Alentejo, surpreende pelo requinte de um lugar pensado nos mínimos detalhes para atrair amantes do vinho e da alta gastronomia. A cozinha está a cargo do chefe Vitor Claro, que foi do Savoy de Londres.

Outro diferencial da bela propriedade de dez quartos, aberta ao público em 2008, é a decoração, que mistura objetos assinados por Philippe Starck com mobiliário tradicional português. No spa é possível se deliciar com tratamentos de vinoterapia. As diárias variam de 250 euros a 400 euros por casal.

Outro detalhe de charme está no rótulo dos vinhos desenhados pelas crianças da família: Francisca, 10, Matilda, 8, e João, 4. O caçula, que estreou no ofício com poucos meses de vida, emprestou o decalque de sua mãozinha de bebê para o tinto Pequeno João, vendido em garrafas de 375 ml.

"É uma forma de mostrar que todos os familiares estão envolvidos no projeto", explica Paulo Soares, um dos irmãos à frente do empreendimento.

Quando se fartar de paisagens rurais, é hora de pegar a estrada rumo a Évora. A bela cidade é Patrimônio da Humanidade, com seus muros medievais e suas construções históricas.

Para os gourmets, Évora é sinônimo de Fialho, o tradicional restaurante comandado pelos irmão Gabriel e Amor. Ali se provam delícias alentejanas à base de porco preto e queijos, como os produzidos por Joana Garcia, advogada que abandonou a profissão e virou doutora em queijo de cabra.

Tudo devidamente harmonizado com tintos e brancos de produtores da região, como o Esporão, cuja sede merece uma visita. A propriedade, com construções que datam de 1267, é banhada por uma imensa barragem que, no fim de tarde, compõe o cenário para apreciar um belo pôr do sol. Os vastos vinhedos a perder de vista ficam a 40 km de Évora e a 180 km de Lisboa.

No caminho de volta à capital portuguesa, chega-se ao Ribatejo. Nas imediações da província de Santarém, duas quintas merecem uma visita: Alorna e Casal Branco.

Localizadas em Almeirim, a pouca distância uma da outra, são paradas onde se pode saborear vinhos de excelente qualidade em um clima mais aristocrático. Uma atração extra são os haras e o contato com belos cavalos puros-sangues lusitanos.

O ponto final do roteiro é na Estremadura. A menos de 50 km da capital portuguesa, pegando a autoestrada A-8, chega-se à Quinta Monte D'Oiro, em Freixial de Cima, cujo dono é José Bento dos Santos. Popular apresentador de TV e enólogo, ele transformou os vinhedos, comprados na década de 1990, em um requintado ponto de encontro para os amantes do vinho.

As degustações acontecem em uma bela sala, com vista para a cave com seus barris de carvalho francês e americano. Detalhe de bom gosto: cada rotulo é provado ao som de música clássica que, a exemplo dos delicados quitutes, também é harmonizada com as características do vinho.

Assim, o Quinta Monte D'Oiro Reserva 2004 é saboreado ao som de uma peça para orquestra e piano do russo Serguei Rachmaninov (1873-1943), ao mesmo tempo dramática e romântica. "É uma sonoridade mais complexa para um vinho de maior complexidade", explica Sophia Mrejen, sobre o tinto que ganhou o prêmio de melhor vinho de Portugal em 2008.

Um brinde final para um passeio feito sob medida para embriagar todos os sentidos.
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