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Assassinatos, ameaças e mistérios marcam o escândalo Cachoeira

R7

Desde que a Operação Monte Carlo foi deflagrada, com as primeiras prisões em 29 de fevereiro, denunciando o esquema do bicheiro Carlinhos Cachoeira, uma série de mistérios passou a rondar o caso.

Nas últimas horas, os rumores sobre a tentattiva de suicídio do contraventor na penitenciária da Papuda e a morte do policial federal que participou da operação, Wilton Tapajós, só aumentaram ainda mais os ares de mistério sobre caso.

Uma das linhas de investigação dos políciais que trabalham no inquérito sobre Tapajós é justamente vingança pessoal. Nesta quarta-feira (18) o presidente da CPMI do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), chegou a dizer que a comissão vai investigar a morte do policial se for preciso.

Isso mostra que os parlamentares não descartam a ligação entre o caso Cachoeira e o homicídio que aconteceu em plena luz do dia, no cemitério Campo da Esperança, em Brasília. A família também acredita que a função exercida por Tapajós na Polícia Federal tem ligação com o crime.

Nesta quinta-feira (19), o filho do policial disse que o pai foi vítima da profissão.

Ameaças

A suspeita de ligação entre o homicídio e as investigações contra Cachoeira esbarram em casos de ameaças a promotores e até a uma deputada de Goiás. No último dia 6, o ex-cunhado de Cachoeira, Adriano Aprígio de Souza, foi preso acusado de enviar um e-mail intimidando a procuradora da República Lea Batista de Oliveira.

Aprígio está entre os 80 denunciados pelo MPF (Ministério Público Federal) e seria, no grupo liderado por Cachoeira, o responsável por dissimular os recursos conseguidos a partir das práticas criminosas. Ele é irmão de Andrea Aprígio, primeira mulher do bicheiro.

A deputada Íris de Araújo (PMDB-GO) afirmou em junho ter sido alvo de ameaças depois que começou a fazer discursos sobre a atuação do grupo do bicheiro.

Caso PC Farias

As mortes, ameaças e suspeitas lembram o mesmo enredo da história recente brasileira: o caso PC Farias. Em 1996, o tesoureiro de campanha de ex-presidente Fernando Collor foi encontrado morto ao lado da namorada, Suzana Marcolino. Após investigações, a polícia concluiu que se tratava de crime passional. Mas, os questionamentos sobre essa conclusão ainda alimentam muita polêmica sobre o caso
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