Moradores da rua Nova do Leblon, no bairro de Massaranduba, em Salvador, são obrigados a viver em meio a lixo e entulho, que contrastam a bela paisagem da baía de todos os santos, às margens da comunidade, situada na Cidade Baixa. A maioria das casas é feita de palafitas ou madeira.

O lixo é despejado nas imediações das construções, como relata o encanador José Lourenço, morador do local. "O povo joga, a criançada pega os carrinhos de mão, sai juntando tudo e joga", afirma. Gustavo Aragão, 13 anos, diz que o acúmulo de lixo provoca a presença de muitos mosquitos. "É um bocado de muriçoca, pneu velho, que transmite mosquito da dengue", conta. Um outro morador comenta sobre o número de bichos, como ratos, no local.

Além do lixo, chegam caminhões que descartam entulhos recolhidos em outras partes da cidade. "É que o trator vai e empurra para a água", argumenta um homem que realiza o descarte em cima de uma caçamba.

Para tentar amenizar este impacto de lixo que é jogado no fundo da baía, funcionários recolhem o material através de barcos. "O povo joga dentro da água, a gente pega e recolhe para a caixa", afirma um servidor da Prefeitura de Salvador.

Moradores, no entanto, afirmam que a caixa coletora de lixo éfica localizada em uma rua vizinha à Nova do Leblon e que, por isso, o lixo é acumulado em área inapropriada e sem controle. "A gente tem sempre que queimar este lixo constante por causa de mosca, rato e mau cheiro incrível", relata o eletricista José Souza.

Segundo a Limpurb, que faz a limpeza urbana de Salvador, existem dois containers no bairro e o lixo retirado da água é coletado diariamente. Em relação ao entulho, a Limpurb informa que ele é jogado de forma errada, durante a madrugada, por caçambas de obras particulares.