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Notícias / Jogos Olímpicos 2012

Mauro diz que cumpriu dever, mas lamenta falta de medalha

Revista Época

 O saltador Mauro Vinicius da Silva sai dos Jogos de Londres com a sensação de dever cumprido. "Dei o meu melhor, mas outros atletas fizeram melhor do que eu", disse, após a final do salto em distância em que ficou com o sétimo lugar. "Saio daqui com a cabeça erguida. Estou muito feliz."

A disputa do salto em distância já começou com um grande favorito. O britânico Greg Rutherford tinha sua experiência e o estádio todo ao seu lado a cada salto. Ao final, comprovou o favoritismo ao garantir a medalha de ouro, com a marca de 8,31m. Mauro Vinicius ficou 30cm atrás, com 8,01m, marca que não o deixou totalmente satisfeito. "Não consegui o pódio, e a gente viu que dava. Eu estava indo longe, mas não estava marcando o salto, estava dando nulo, nulo", afirmou Mauro Vinicius, referindo-se às tentativas em que pisou na área proibida.

Foram quatro erros do brasileiro, num total de seis saltos. A cada bandeira vermelha erguida pelo juiz, vinha o semblante de decepção no seu rosto. Com o primeiro salto válido, de 7,96m, Mauro Vinicius ergueu os braços para o céu como se agradecesse por finalmente ter conseguido um resultado. O vento, segundo ele, foi um desafio para todos os saltadores. "É por isso que os saltos não foram tão longe, ninguém saltou tão longe", disse.

"É atípico numa Olimpíada ter uma medalha de bronze abaixo de 8,20m." Não só a de bronze, obtida pelo americano Will Claye com 8,12m, mas também a de prata, que ficou com o australiano Mitchell Watt, com 8,16m. O brasileiro afirmou, porém, que isso não justifica a sua derrota na tentativa de chegar ao pódio. "O vento estava brecando todo mundo, mas isso não é desculpa não. Estava todo mundo saltando, e faltou acertar mesmo. Não vou pôr a culpa no vento."

Mauro Vinicius participou da final do salto em distância em um dia de glória para os britânicos no Estádio Olímpico. Além do salto em distância, os anfitriões venceram o heptatlo feminino, com Jessica Ennis, e os 10 mil metros masculino, com Mo Farah. Motivo mais que suficiente para que o estádio tivesse um dia extremamente barulhento, de muitas palmas e gritos de incentivo e felicidade. O brasileiro tentou se aproveitar do clima festivo, pedindo sempre para que o estádio batesse palmas a cada salto seu. "Eles mostraram que não são tão frios assim", disse, sobre o público britânico.

Daqui a quatro anos, será a vez de o Rio de Janeiro abrigar as finais olímpicas do atletismo. Diferentemente da Grã-Bretanha, o Brasil não tem astros conhecidos do esporte que possam garantir a lotação e a vibração no estádio. Mauro Vinicius, que terá 29 anos em 2016, acredita que nos próximos quatro anos o atletismo possa cair mais no gosto do brasileiro. "Falta muito tempo ainda para pensar se estarei lá ou não", disse. "Até lá a gente acredita que o público vai começar a acompanhar mais, frequentar mais os estádios, porque é um esporte muito bonito. Mas a gente precisa de público."
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